A Petrobras bateu um novo recorde em captura, uso e armazenamento geológico de CO2 (o chamado Carbon Capture, Utilization and Storage – CCUS) em 2022, alcançando a marca de 10,6 milhões de toneladas reinjetadas (equivalentes a 5,8 bilhões de m³ de CO2). Para efeito de comparação, essa parcela, em volume, corresponde a 27% do total de gás reinjetado nos campos do pré-sal – e a cerca de 25% do total de CO2 injetado pela indústria global no ano passado, de acordo com o Global CCS Institute.
“Com esse resultado, a empresa consolida sua liderança mundial em reinjeção de CO2, em linha com a estratégia de reduzir a intensidade das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em suas operações”, disse a Petrobras em nota nesta quinta-feira, 23.
Segundo a Petrobras, diante da sinergia natural dessa atividade com a indústria de óleo e gás, a Petrobras está estudando oportunidades de desenvolvimento de um novo modelo de negócio para captura e armazenamento de CO2 oriundo de processos industriais, além do pré-sal. “O objetivo é contribuir para reduzir emissões não só da companhia, mas também de outras indústrias”, explicou.
Atualmente, as 21 plataformas que produzem no pré-sal da bacia de Santos operadas pela Petrobras incorporam a tecnologia de CCUS associada à recuperação avançada de petróleo (EOR – Enhanced Oil Recovery), com desempenho em evolução constante. Ao reinjetar o gás no reservatório, aumenta-se a eficiência da produção e reduz-se a intensidade de emissões de GEE, medida em emissões por barril produzido.
“Esse recorde evidencia a capacidade técnica da Petrobras de superar o desafio de lidar com a alta presença de CO2 nos campos do pré-sal. Além de aplicar a tecnologia de reinjeção em águas ultraprofundas de forma pioneira, a empresa tornou-se líder no segmento. Ela opera hoje o maior projeto de CCUS do mundo, em termos de injeção anual, impulsionando sua estratégia de dupla resiliência, econômica e ambiental”, informou a companhia.
O pioneirismo da Petrobras foi reconhecido pela premiação da OTC (Offshore Tecnology Conference), em 2015, considerada o “Oscar da indústria de petróleo e gás”. No Brasil, o projeto de CCUS da Petrobras foi reconhecido pelo prêmio Firjan de Sustentabilidade em 2020, na categoria Mudança Climática e Eficiência Energética.
Em escala global, destaca a companhia, a tecnologia de CCUS apresenta papel crucial para o futuro de baixo carbono, reconhecida por especialistas do mundo inteiro como solução imprescindível para o enfrentamento do aquecimento global. A Agência Internacional de Energia (AIE), por exemplo, em seu relatório “Net Zero by 2050 (IEA, 2021), destaca que o CCUS é um dos principais viabilizadores para se alcançar o chamado Net Zero (zero emissões líquidas de carbono) em 2050.
Além disso, segundo o Global CCS Institute, em seu último relatório Global Status of CCS 2022, essa tecnologia é uma das ferramentas críticas que deve ser usada agora para enfrentar a crise climática, e que sem ela, será impossível alcançarmos as metas climáticas globais.
Por Denise Luna
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