Responsável pela defesa de Josué Gomes, o advogado Miguel Reale Júnior chamou nesta terça-feira, 17, de “golpe” com “letras garrafais” a decisão destituir de o empresário da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele também a afirmou que “não faltam” argumentos para que o executivo questione na Justiça a assembleia que votou por definir o seu futuro na entidade.
De acordo com Reale Jr., a decisão sobre qual caminho a defesa deve adotar será definida até o fim desta semana. “Argumentos não faltam. Pode-se requerer o reconhecimento da nulidade de assembleia por violação das normas dos estatutos, por ausência de acusação, por não preenchimento das condições estabelecidas no estatuto para a destituição, por quebra do devido processo legal”, afirmou.
Na segunda-feira, 16, a destituição de Josué do comando da Fiesp foi aprovada por 47 votos a 1. O empresário não participou da assembleia que votou por definir o seu futuro na entidade. O encontro foi convocado por sindicatos que não estão de acordo com a gestão do executivo.
Josué conduziu uma assembleia anterior, convocada por ele, para explicar vários pontos da sua gestão, como o manifesto em favor da democracia divulgado pela Fiesp em agosto do ano passado. Ao fim, deixou o encontro e foi acompanhado por aliados.
“Depois da reunião oficial, fizeram uma nova reunião, sem uma acusação específica que case com as hipóteses de destituição”, disse Reale Jr. “Eles abriram uma reunião clandestina para fazer a destituição, porque querem fazer a destituição. Isso em letras garrafais chama-se golpe.”
Ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, Reale Jr. foi um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT). Em 2022, declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições para a Presidência do Brasil.
Por Luiz Guilherme Gerbelli
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