Petroleiros se reuniram nas portas das refinarias da Petrobras na manhã desta quarta-feira para manifestar repúdio em relação aos atos golpistas em Brasília, no último domingo (8) e aprovar um manifesto no qual pedem a aceleração da mudança de comando da companhia. “Manifestamos repúdio a qualquer atitude antidemocrática que possa vir a ocorrer por parte de bolsonaristas que ainda ocupem cargos de confiança no Sistema Petrobras. Reiteramos as cobranças da FUP de que seja acelerado o processo de transição de gestão”, diz a entidade.
No cartazes exibidos nas portas das unidades a categoria pedia “Democracia para sempre” e “Sem anistia”, este último uma referência à apuração de possíveis crimes cometidos pelo governo anterior e seus aliados.
As entidades sindicais aguardam a posse de Jean Paul Prates, indicado pelo governo Lula à presidência da estatal, para encerrar a série de vendas projetadas pelo governo anterior, e, pela vontade da FUP reverter o que for possível. Apesar da posse de Prates já ser dada com certa, o processo de sucessão da estatal passa pela aprovação do nome do senador petista por órgãos de checagem da Petrobras, que ainda está em curso. A previsão é de que ele assuma o cargo em fevereiro.
Em live promovida pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), na última sexta-feira, 6, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, alertou que o atual governo é de coalizão, com 16 partidos políticos, e, portanto, se os movimentos sindicais se acomodarem e ficarem esperando “o companheiro que está alçando cargo dentro do governo, dentro da Petrobras, nós não resgataremos tudo o que a gente perdeu”, afirmou.
Durante a transição, o grupo de Minas e Energia pediu ao então governo em exercício para suspender as vendas da Petrobras. A estatal se comprometeu a só realizar as vendas que já estavam perto de serem concluídas.
No momento, a FUP tenta interromper a venda do Polo Bahia Terra, que está sendo negociado com a Eneva e a PetroRecôncavo. Depois da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para a Acelen, braço do fundo árabe Mubadala, o desinvestimento no Polo significaria a saída da Petrobras da Bahia, local onde a empresa produziu seu primeiro óleo.
Por Denise Luna
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