Com as mudanças no modelo de trabalho impostas pela pandemia da covid-19, que obrigou a maioria dos escritórios a adotarem o trabalho remoto, o megainvestidor Jorge Paulo Lemann, da gestora 3G e cofundador da Fundação Estudar, avalia que aos poucos as companhias vão se ajustar ainda mais ao modelo. Para ele, eventualmente “as pessoas descobrirão o tipo de negócio que funciona bem remotamente e aqueles que não funcionam”.
“Funciona pra mim” brincou o investidor durante a Brazil Conference, evento organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston (EUA) e transmitido pelo Estadão. Lemann citou o tempo que dedica a videoconferências, que otimizam seu tempo, já que não precisa realizar uma série de viagens para tornar os encontros possíveis.
“Acho que funciona para muitos tipos de empresa, para outras não funciona”, avaliou. Lemann, no entanto, pontuou o desafio que é o treinamento remoto de jovens que acabaram de sair da universidade.
A fala foi de encontro com declarações de Henrique Dubugras, cofundador da Brex, que também participou do painel. Dubugras citou uma menor contratação de pessoas que acabaram de sair da faculdade devido a dificuldade de se treinar pessoas a distância.
“Estar ao lado de alguém, estar no escritório com outras pessoas que também acabaram de sair da faculdade, um gerente ou mentor muito próximo que está te ajudando e te ensinando tudo, é assim que aprendemos”, disse.
Com uma visão positiva com relação ao futuro do trabalho remoto, Dubugras avaliou que “estamos no pior período para o trabalho remoto que já estivemos em nossas vidas”. Para ele, com as evoluções tecnológicas, os desafios que existem hoje para o modelo de trabalho logo serão superados.
Educação
Lemann também voltou a afirmar que tem um desafio de melhorar a educação no Brasil. “É o que o País mais precisa, e é o que é necessário para ele ser bem sucedido pelas próximas décadas”, disse.
Por Matheus de Souza
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