O Conselho Regional de Economia (Corecon) do Rio, apoiado por dezenas de entidades regionais, pelo Conselho Federal de Economia e por economistas, lançou manifesto contra a privatização da Eletrobras, alertando a população e as autoridades que as tarifas de luz vão subir com a venda. “Os prejuízos se verificarão no curto e no médio prazos, a começar por uma explosão tarifária, provocada pela mudança do regime de concessões das usinas renovadas pela Lei nº 12.783, que hoje operam no regime de cotas e fornecem energia a preço de custo para a população”, explica o Corecon no documento.
Com a mudança do regime de concessão, a energia elétrica dessas usinas, cujos investimentos são considerados amortizados, passará a ser vendida a preços de mercado, que chegam a ser quatro vezes superiores aos atuais.
De acordo com a entidade, ao impor um novo aumento das tarifas de energia elétrica, a medida reduz a renda disponível das famílias para o consumo dos demais produtos, em um cenário em que a renda das famílias já vem pressionada pelas recentes elevações nos preços dos alimentos e dos combustíveis, também afetados pela alta dos preços da eletricidade. “O encarecimento da energia também impacta diretamente os custos do setor de serviços e de setores industriais, especialmente dos intensivos no consumo de energia elétrica em seus processos produtivos”, afirma.
O Corecon destaca que a Eletrobras é a maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica da América Latina, com 94% de seu portfólio de geração constituído por fontes de energias renováveis, e está presente em todos os estados da União, opera usinas hidrelétricas que detêm 50% da capacidade total de armazenagem dos reservatórios do País, localizados nas mais importantes bacias hidrográficas, e 41% das linhas de transmissão de energia elétrica.
“A Eletrobras é também um dos mais importantes instrumentos de promoção de políticas públicas para o setor elétrico, tendo papel preponderante na implementação de programas sociais e na promoção do desenvolvimento econômico e social do País”, explica a entidade.
Por Denise Luna
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