O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta segunda-feira, 21, a opção pela transparência da instituição em relação à comunicação de vazamentos de dados de clientes do setor financeiro que são usuários do Pix, a plataforma de pagamento instantâneo, lançada pela autoridade monetária e que ganhou grande adesão dos brasileiros. “Qualquer tipo de vazamento no Pix será comunicado, não importando a quantidade de chaves”, garantiu.
Ele disse que isso ocorreria mesmo se fosse o caso de abertura de informações de casos com 2 mil dados, o que é um quadro pequeno em termos do volume total. “Vamos anunciar qualquer tipo de vazamento, de qualquer dado”, afirmou.
Campos Neto minimizou o vazamento de nomes e CPFs de usuários do Pix registrados recentemente. Segundo ele, estes dados não são sensíveis, estavam estampados nos cheques que eram usados no passado e que o próprio cidadão costuma fornecer o CPF em estabelecimentos em que faz compras – isso ocorre em alguns Estados em que o contribuinte conta com descontos fiscais por meio de suas compras.
“Vazamentos acontecem, não tenho como prometer vazamento zero”, afirmou, durante palestra sobre cenário econômico promovida pelo Canal Agro+. Ele acrescentou que não tinha a intenção de banalizar os vazamentos e relatou que o BC tem investigado todas as falhas vistas no sistema. “Estudamos medidas mais enérgicas sobre vazamentos”, disse, enfatizando que nenhum vazamento, no entanto, ocorreu por meio do Banco Central.
O presidente do BC disse ainda que, em países da Europa, por exemplo, esse tipo de vazamento não teria sido comunicado e garantiu que nenhuma pessoa foi afetada em termos financeiros por conta desses vazamentos. Ainda sobre tecnologia, ele comentou sobre o grande interesse de plataformas internacionais conhecidas , muitas delas gigantes em todo o mundo, por oferecer também em sua plataforma um sistema de pagamento instantâneo. Isso se dá, de acordo com Campos Neto, por causa da detenção de todos os tipos de operação: do anúncio, à venda até a parte financeira. “Transações no metaverso têm crescido exponencialmente”, disse.
Por Célia Froufe e Eduardo Rodrigues
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