O Banco Central (BC) manteve suas estimativas de inflação para anos de 2021 a 2023 no cenário de referência, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC).
Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 16, este cenário indica um IPCA de 10,2% para este ano, 4,7% no próximo e 3,2% no seguinte. Essas projeções constaram na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). No RTI, o BC ainda informou projeção de 2,6% para 2024, de 2,8% no documento de setembro.
A estimativa para 2021 encontra-se muito acima da margem de tolerância da meta (3,75%, com 1,50 ponto porcentual de banda), enquanto, para 2022, se aproxima do teto (5,0%).
Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%.
No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 10,05% no IPCA de 2021, de 5,02% em 2022 e de 3,46% em 2023, além de 3,09% em 2024.
O Banco Central também divulgou no Relatório Trimestral de Inflação suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022.
A previsão do BC para o IPCA para dezembro é de alta de 0,65%. Já a projeção para janeiro é de aumento de 0,15% e, para fevereiro, de elevação de 0,66%.
No Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de alta de 0,72% em dezembro, 0,54% em janeiro e 0,69% em fevereiro.
Estouro do teto
O Banco Central informou que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5,00%, está em 41% – era 17% no documento divulgado em setembro.
O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2022, de 2,00%, é de apenas 2%.
Para este ano, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta é de 100%, como na reunião anterior. Portanto, há chance zero, segundo o BC, de estouro do piso de 2,25%.
Em horizontes mais longos, o BC calcula para 2023 a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 13%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,75% da meta é de 15%.
No caso de 2024, a probabilidade de estouro do teto de 4,50% da meta é de 9%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é de 21%.
Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos
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