O dólar abriu em queda leve frente o real na manhã desta segunda-feira, 13, após duas altas seguidas, mas passou a subir diante do fortalecimento da moeda americana ante rublo e ensaio de alta frente o peso mexicano em meio à ampliação da queda do petróleo. Contudo, o ajuste para cima é limitado pela possibilidade de novo leilão extraordinário do Banco Central, como ocorreu na sexta-feira, em meio ao movimento sazonal de remessas de capitais ao exterior.
Os ajustes levam em conta ainda o dólar misto lá fora. A moeda americana opera em alta em relação a seus pares principais e grande parte das divisas emergentes, enquanto os juros dos Treasuries recuam e sinal de alta prevalece nas bolsas europeias e futuros de Nova York.
Após o Copom “conservador” e da desaceleração do IPCA de novembro, os investidores operam na expectativa pela ata da reunião do Copom da semana passada e os dados de serviços em outubro no País, ambos com divulgação nesta terça-feira, além do Relatório Trimestral de Inflação, na quinta. No cenário político, a Câmara agendou para esta terça-feira a votação das mudanças na PEC dos Precatórios e também o envio do Orçamento de 2022 é aguardado após o desfecho dos precatórios.
Há expectativas também pelas decisões de política monetária do Federal Reserve, Banco da Inglaterra e Banco Central Europeu, além de outros BCs pelo mundo. Para o Fed, a expectativa é de possível anúncio de aceleração na retirada de estímulos (“tapering”), que indicaria chance de antecipação do aperto monetário. No CME Group, a aposta majoritária é de alta de juros em maio nos EUA. Para o Banco da Inglaterra e BCE, as apostas são manutenção de juros agora e possível elevação em fevereiro, em meio a incertezas sobre a variante Ômicron do coronavírus. O dólar avança sobre moedas fortes e recua ante a maioria das divisas de países emergentes e exportadores de commodities, num dia de queda dos preços do petróleo.
No mercado de divisas emergentes no exterior, o destaque é a alta do dólar ante a lira turca, com renovadas desconfianças em relação à ingerência do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na política monetária. Analistas acreditam que o Banco Central do país voltará a cortar juros na decisão da próxima quinta-feira, curvando-se à pressão de Erdogan, apesar das crescentes pressões inflacionárias. O líder político tem reiterado oposição à elevação da taxa básica. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a ser negociada a 14,4962 liras turca, no maior valor da história. Às 9h15, o dólar subia 1,81%, a 14,1299 liras turca.
Às 9h46, o dólar à vista subia 0,32%, a R$ 5,6315. O dólar para janeiro ganhava 0,23%, a R$ 5,6530.
Por Silvana Rocha
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