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Raízen: Guidance menor não justifica queda nos preços da ações, diz BofA

O BofA mantém recomendação de compra do ativo, com um preço-alvo de R$ 11 (Foto: Raízen/Base de Rondonópolis/Divulgação)

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com – As ações da Raízen (SA:RAIZ4) caíram cerca de 25% desde o seu IPO em agosto, o que, para o Bank of America (BofA), é resultado do Guidance de 2022, que tem um Ebitda projetado entre R$ 10 bilhões e R$ 11 bilhões, abaixo do esperado anteriormente e reduzido por causa da previsão de menores volumes de moagem.

Ainda assim, o BofA mantém a sua recomendação de compra do ativo, com um preço-alvo de R$ 11. A análise considera que a Raízen ainda está entregando os rendimentos de cana e o crescimento da distribuição de combustível com margens resilientes. Além disso, os projetos de biogás trazem um forte potencial de valorização e a Raízen está sendo negociada a 5,1x EV/Ebitda para 2023 e 9,8x P/L.

Segundo o relatório, o preço atual das ações da Raízen estão levando em conta o açúcar negociado a US$c10/lb, o que é virtualmente metade dos níveis atuais. Ao mesmo tempo, a precificação leva em conta os preços do petróleo a US$ 45/bbl, quando o BofA prevê para 2022 de US$ 82.

Na visão do BofA, esses preços não se justificam. Sobre o açúcar, o relatório destaca que as taxas de mistura na Índia estão subindo e que os produtores de alto custo são os fornecedores marginais. Já em relação ao petróleo, a equipe de commodities do banco está otimista em relação à retomada da demanda ao passo em que os estoques devem ficar baixos pelos próximos trimestres.

Além disso, com a Petrobras (SA:PETR4) deixando a responsabilidade de importar gasolina e diesel para as distribuidoras, os pequenos players devem ficar em uma posição mais difícil, pois terão que importar proporcionalmente e aumentar os preços para tornar a operação viável.

O BofA defende que isso deve beneficiar a Raízen, por causa da sua escala, inovação e sólido relacionamento com os revendedores, o que irá permitir o aumento das suas margens. A privatização das refinarias também deve colocar a empresa em uma posição melhor, uma vez que ela terá principalmente mais poder de barganha no fornecimento de combustível.

Às 15h12, as ações da Raízen caíam 3,26%, a R$ 5,65.

Matéria originalmente publicada em Investing.com