O dólar abriu com viés de baixa nesta manhã, precificando a desaceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de novembro e a recuperação dos mercados no exterior, com dólar mais fraco ante várias moedas emergentes e ligadas a commodities e alta das bolsas e juros dos Treasuries. Os ativos financeiros globais buscam uma recuperação após o tombo na sexta-feira em meio ao medo de recessão global por causa da nova variante Ômicron do coronavírus da África do Sul.
A nova variante pode infectar mais e matar menos, dizem especialistas. Ao mesmo tempo, o relatório Focus segue mostrando piora das expectativas para inflação em 2022. Há pouco, o dólar à vista passou a exibir viés de alta.
Na sexta-feira, as apostas de alta de 200 pontos-base da Selic na semana que vem, para 9,75% ao ano, despencaram nas opções digitais da B3 (de 22 para 11 pontos-base), enquanto as de aumento de 150 p.b ganharam força (de 59 para 71 pontos).
No câmbio, o dólar já está volátil, entre margens estreitas, com investidores ainda na expectativas pela Ptax desta terça-feira, última do mês, que será usada na quarta, dia 1º de dezembro, para os ajustes de contratos cambiais e de resultados corporativos do período.
Na última sexta-feira, dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, a R$ 5,5958, mas o dólar futuro para novembro encerrou em alta de 0,80%, a R$ 5,6150. Por isso, nesse início dos negócios e possivelmente em alguns momentos na sessão de hoje os sinais podem ficar desiguais.
Nesta semana que antecede a reunião do Copom, as atenções estarão ainda na possibilidade de votação da PEC dos Precatórios no Senado amanhã tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como no plenário, no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre, que sai na quinta-feira, na produção industrial de outubro, na sexta-feira, mesmo dia em que sai o relatório de emprego dos EUA (payroll) de novembro.
Mais cedo, hoje, a mediana apurada no Focus para o IPCA subiu de 4,96% para 5,00%, o 19º aumento consecutivo, no teto da meta a ser perseguida pelo Banco Central, sinalizando alto risco de descumprimento do objetivo pelo segundo ano consecutivo. Para 2021, a mediana também seguiu sua escalada, passando de 10,12% para 10,15% – a 34ª alta seguida – e já supera em quase 5 pontos porcentuais o teto da meta deste ano (5,25%).
Já o IGP-M avançou 0,02% em novembro, após alta de 0,64% em outubro, abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava alta de 0,15% para o indicador. A mediana era de 0,30%. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 21,73% para 17,89%, também abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, de 18,04%. Com o resultado, o IGP-M acumulado em 12 meses fica abaixo de 20% pela primeira vez desde setembro de 2020 (17,94%). O índice acumula alta de 16,77% em 2021.
Também o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2,3 pontos na passagem de outubro para novembro, na série com ajuste sazonal, para 96,8 pontos. A queda levou o índice ao menor nível desde junho passado, quando ficou em 93,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,8 ponto, após seis meses seguidos de alta.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 6,2 pontos na passagem de outubro para novembro, para 88,0 pontos. Com o tombo, o Icom ficou no menor nível desde abril passado, quando atingiu 84,1 pontos, no auge da segunda onda de covid-19, que atingiu o País no início do ano. Em médias móveis trimestrais, o Icom caiu 4,3 pontos, a terceira queda seguida.
Às 9h25, o dólar à vista tinha viés de alta de 0,11%, a R$ 5,6020. O dólar futuro de dezembro tinha viés de baixa de 0,23%, a R$ 5,6020.
Por Silvana Rocha
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