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Bolsa oscila com recuperação externa e risco fiscal

Exterior instiga recuperação do Ibovespa, mas risco com PEC dos Precatórios segue (Foto: Espaço B3/Divulgação)

Sinalização de recuperação moderada das bolsas americanas nesta quinta-feira favorece alta do Ibovespa, que ontem fechou ao menor nível em pouco mais de um ano. A desconfiança de investidores com o andamento da PEC dos Precatórios levou o índice a fechar com queda de 1,39%, aos 102.948,45 pontos. O temor é que o Ibovespa caia ainda mais, sucumbindo ao nível dos 100 mil pontos, marca psicológica importante, o que abriria espaço para mais perdas, caso o cenário interno não inspire confiança. Em contrapartida, o dólar e os juros reagem com força, renovando máximas, com a moeda perto de R$ 5,55, após máxima a R$ 5,5589.

“Não deveríamos perder o nível dos 102 mil pontos sob pena de precificar novas vendas”, alerta o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em análise matinal a clientes.

Apesar da valorização, isso não deve ser um indicativo de uma fase duradoura. O cenário interno continua nebuloso, já que o texto da PEC dos Precatórios pode sofrer alteração e voltar para a Câmara, atrasando ainda mais o processo e colocando em dúvidas o teto de gastos. Além do mais, o mercado não digeriu afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que o espaço fiscal obtido com a PEC também serviria para conceder reajuste a servidores públicos.

“Essas incertezas políticas são ruins para o mercado, principalmente para o investidor estrangeiro. Se houver mudança texto, só vai adiar ainda mais algo que precisa ser aprovado”, afirma Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, escritório plugado ao BTG Pactual, parafraseado a ideia com o velho ditado: ‘se correr o bicho pega, bicho come.’

O entendimento entre especialistas é de que se a PEC dos Precatórios voltar para a Câmara, poderá não haver tempo hábil para aprovação ainda este ano, o que abriria espaço para uso de medidas provisórias e retardaria ainda mais a agenda econômica.

A despeito do acompanhamento dos movimentos externos, os ativos locais seguem reféns das indefinições sobre a PEC dos precatórios, afirma o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em nota. Em meio a relatos apontando para uma proposta alternativa de senadores ao projeto atual da PEC, o economista acredita que as discussões devem se estender e a tendência é que os investidores permaneçam pouco propensos a assumir posições de risco em ativos domésticos.

Já a queda minério de ferro, de 4,18% no porto de Qingdao, na China, a US$ 87,27 a tonelada, pesa nas ações ligadas ao setor de commodities metálicas, com destaque para recuo de 2,55% de Vale ON. Mesmo após o petróleo passar a subir no exterior, as ações da Petrobras cediam entre 0,19% (PN) e 0,14% (ON).

As cotações do petróleo estão no radar, após o governo dos EUA pedir a algumas das maiores nações consumidoras da commodity que considerassem a liberação de eventuais reservas em um esforço coordenado para baixar os preços e estimular a recuperação econômica mundial.

Às 10h47, o Ibovespa subia 0,39%, aos 103.346,58 pontos. Em Nova York, os índices futuros tinham alta entre 0,06% e 0,55%. Por lá, saíram dados de emprego.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve redução de 1 mil na semana encerrada em 13 de novembro, a 268 mil. O resultado ficou acima da expectativa de analistas, que previam 260 mil solicitações.

Por Maria Regina Silva

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