Jessica Bahia Melo
Investing.com – A menos de um ano para o pleito que vai escolher o próximo presidente da república, as incertezas a respeito da política de preços rondam a Petrobras (SA:PETR4), tendo em vista a alta nos valores dos combustíveis nos últimos meses.
Em relatório, o UBS BB diz parecer ser um consenso que as eleições impactam nas ações da Petrobras, devido a potenciais mudanças macroeconômicas e na estratégia de gestão da empresa. No entanto, ao analisar um período de tempo mais amplo, elas não são motores para uma queda de desempenho, apesar de volatilidade de curto prazo.
Mesmos com os riscos e desafios que o impacto das notícias trazem em períodos específicos, o UBS acredita que o risco é inclinado fortemente para o lado positivo, tendo em vista indicadores em níveis históricos e com potencial de dividendos anuais de 25% para 2021 e 2022.
A expectativa é de que não haja interferência na política de preços da Petrobras e que a empresa continue apresentando resultados sólidos, como foram reportados no último balanço, relativo ao terceiro trimestre.
O UBS comparou a situação da Petrobras frente a empresas do segmento para as quatro eleições anteriores a 2014, em que não foram vistas indicações de um impacto nas ações em escala ampla, mas um distanciamento dos pares cerca de 50 dias antes das eleições.
Para a eleição de 2014, a correlação é diferente nos dois turnos, com queda das ações no primeiro e valorização no segundo. Em 2018, a Petrobras apresentou grande diferença em relação aos pares globais do setor de petróleo. Durante o início do ano, as ações caíram influenciadas pela greve dos caminhoneiros, mas depois foram subindo novamente, com recuperação lenta frente aos pares no final de 2018. Ao concluir a análise, o banco de investimento diz não poder afirmar que as eleições têm um impacto sobre o desempenho da empresa tendo em vista um período de 360 dias.
A recomendação atual do UBS BB (SA:BBAS3) é de compra, com preço-alvo em doze meses da ação PN de R$31.
Resultados
A Petrobras reportou no terceiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 31,1 bilhões, o que representa uma queda 27,3% na comparação com o segundo trimestre. A companhia continua com a estratégia de diversificação da base global de clientes. “O aumento da participação do óleo de Búzios no volume exportado, que passou a responder por mais da metade do volume total no 3T21, contribui para essa estratégia, tendo em vista que os principais compradores dessa corrente estão fora da China”, diz o informe de demonstrativo financeiro divulgado ao mercado.
Matéria originalmente publicada em Investing.com