As taxas de retorno dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto subiam nesta segunda-feira (8), acompanhando a alta dos juros futuros e do dólar na expectativa pela votação da PEC dos Precatórios.
Além da possibilidade de não aprovação da PEC na votação em segundo turno na Câmara dos Deputados, prevista para esta terça-feira (9), há a preocupação com a judicialização da questão após a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), dar ao presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas), e aos demais membros da Mesa Diretora, 24 horas para enviar à Corte informações sobre as mudanças regimentais adotadas de última hora para a votação da proposta.
Na sexta-feira (5), Weber já havia determinado a suspensão das emendas parlamentares na modalidade “emendas de relator”, consideradas menos transparentes do que as emendas individuais, já que não seguem critérios específicos e não são distribuídos de forma equilibrada entre todos os parlamentares.
Outra questão que preocupa os investidores e reforça as apostas em uma postura mais agressiva do Banco Central é a alta da inflação. O IGP-DI de outubro subiu 1,60%, acima do teto das estimativas dos economistas, e o mercado espera pela divulgação do IPCA de outubro na quarta-feira (10).
O Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira também contribui para o avanço dos juros e do dólar, trazendo uma piora das projeções para a inflação no ano, que subiu de 9,17% para 9,33%, e para o crescimento do PIB em 2021, que caiu de 4,94% para 4,93%. A projeção para a taxa Selic ao final de 2022 subiu de 10,25% para 11% ao ano.
Cotações
A remuneração do título público Tesouro Prefixado 2024 subia a 12,45% ao ano, de 12,21% na sexta-feira (5). O Tesouro Prefixado 2031 com pagamento de juros semestrais oferecia rentabilidade anual de 11,95%, ante 11,85% no fechamento anterior.
Dentre os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia taxa de retorno anual de IPCA mais 5,36%, ante taxa de IPCA mais 5,24% observada na véspera. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2055 com pagamento de juros semestrais subia a IPCA mais 5,41%, de IPCA mais 5,36% no último fechamento.
Títulos públicos
O Tesouro IPCA (antiga NTN-B) proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais. É um título que paga uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).
O Tesouro Prefixado (antiga LTN) é um título prefixado, e por isso o investidor tem a exata noção de qual será o retorno obtido desde o dia que efetuar a compra até a data do vencimento do título.
Já o Tesouro Selic (antiga LFT) é um título que proporciona ao investidor uma rentabilidade pós-fixada atrelada à variação da taxa Selic.
Títulos públicos são ativos de renda fixa que possuem a finalidade de captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo.
Vale destacar que a taxa de retorno e o preço dos títulos públicos têm comportamento inversamente proporcional, ou seja, quando um sobe o outro cai.
Veja as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra nesta segunda-feira:
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