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Dólar sobe com cautela sobre PEC dos Precatórios, inflação e Focus

A incerteza antes da votação da PEC traz cautela ao mercado (Foto: Shutterstock)

O dólar sobe ante o real em meio a incertezas sobre a votação da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara nesta terça-feira (9), após a judicialização do processo de votação em primeiro turno ocorrido na última quinta-feira (4). Também ajudam a dar fôlego à demanda defensiva no câmbio o IGP-DI de outubro acima do teto das estimativas dos economistas e nova rodada de piora das expectativas para inflação, Selic e PIB no relatório Focus. Além disso, o investidor aguarda pelo IPCA de outubro, na quarta-feira, que pode reforçar as apostas de um Banco Central bem mais agressivo no Copom de dezembro.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e os demais membros da Mesa Diretora da Casa têm 24 horas para enviar à Corte informações sobre as mudanças regimentais adotadas de última hora para a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios na quinta-feira. Na sexta-feira (5), Rosa Weber já havia determinado a suspensão dos pagamentos do governo feitos por meio do orçamento secreto.

A PEC irá viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 400,00 em 2022 e as dúvidas sobre a aprovação da proposta no Congresso podem aumentar a pressão política para a volta do auxílio emergencial, o que é considerado uma brecha maior para gastos do que a PEC, segundo profissionais do mercado.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1,60% em outubro, após uma queda de 0,55% em setembro, acima do teto estimativas da pesquisa do Projeções Broadcast, que iam de uma alta de 0,50% a um avanço de 1,56%, com mediana de alta de 1,28%. Com o resultado, o IGP-DI acumulou avanço de 20,95% em 12 meses.

Na pesquisa Focus, o mercado revisou para cima a projeção para IPCA de 2021 (de 9,17% para 9,33%), de 2022 (de 4,55% para 4,63%) e de 2024 (de 3,07% para 3,10%). Para Selic as projeções subiram para 2022 (de 10,25% para 11,00%), para 2023 (de 7,25% para 7,50%) e para 2024 (de 6,75% para 7,00%). Para o Produto Interno Bruto (PIB), o mercado reduziu a projeção de crescimento este ano de 4,94%, para 4,93%, e para 2022, de 1,20% para 1,00%.

O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) avançou a 0,81% na primeira quadrissemana de novembro, após 0,77% no fechamento de outubro. O indicador acumula alta de 9,59% em 12 meses, menor do que o avanço de 9,73% no período até outubro.

No exterior, após recuar na sexta-feira, o dólar se valoriza na manhã desta segunda ante alguns pares emergentes do real, como peso mexicano, rublo e lira turca, mas exibe viés de baixa ante seis moedas principais. Os investidores estão à espera de comentários de uma série de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), incluindo o seu presidente Jerome Powell (12h30), após a forte geração de empregos nos EUA em outubro, de mais de 500 mil postos de trabalho, acima do previsto.

Às 9h20, o dólar à vista subia 1,27%, à máxima a R$ 5,5928, enquanto o dólar para dezembro ganhava 0,95%, a R$ 5,6130.

Por Silvana Rocha

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