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Desconhecida, Allied quer ser protagonista no varejo

Allied nasceu como uma distribuidora de aparelhos eletrônicos (Foto: Shutterstock)

A Allied é uma empresa que vende e distribui um a cada 11 celulares no Brasil, e teve um faturamento de R$ 3,2 bilhões no primeiro semestre deste ano. Mesmo assim, ela ainda é uma ilustre desconhecida no Brasil – inclusive, para parte dos investidores da Bolsa, que viram a companhia realizar a sua abertura de capital no começo deste ano no boom de IPOs de 2021. A empresa, no entanto, vem aos poucos mudando esse cenário. O presidente da companhia, Sílvio Stagni, admite que perdeu bastante tempo explicando para analistas de mercado como funcionava a empresa.

“Nas primeiras reuniões que tivemos com fundos e investidores, eu passava duas horas tentando explicar o que fazíamos, mas hoje o cenário está mudando”, diz Stagni. O executivo define a empresa, que tem o fundo de private equity Advent como controlador, como uma varejista de tecnologia que tem como diferencial um grande processo de distribuição.

Fundada em 2001 pela família Radomysler, a Allied nasceu como uma distribuidora de aparelhos eletrônicos, mas principalmente de celulares, que começavam a ganhar as prateleiras e se tornar objetos de desejo dos brasileiros. Com isso, ela se transformou na maior distribuidora do setor no País.

Porém, como as margens desse segmento não são altas, a empresa percebeu que não poderia parar por aí. Por isso, nos últimos anos iniciou uma forte incursão pelo varejo, que já representa 50% do lucro, apesar de ter uma fatia de apenas 30% na receita. “Em breve, o varejo representará metade do nosso faturamento”, diz Stagni.

Hoje, a Allied é uma das principais vendedoras de eletrônicos no Brasil. Porém, o diferencial da empresa é não apostar em um canal próprio de venda, mas utilizar a marca MobCom para vender nos marketplaces de grandes companhias, como Mercado Livre, Magazine Luiza e B2W, que também são suas clientes no segmento de distribuição. Até mesmo por essa conexão com grandes varejistas, a empresa não pensa em passar a concorrer com seus clientes.

Desde o IPO, feito em 12 de abril deste ano, os papéis da Allied registram uma queda de 8,5% – refletindo o impacto da crise econômica recente em todo o mercado acionário. No mesmo período, o Ibovespa, principal referência da B3, recuou 13%.

Apesar disso, para a analista da corretora XP Larissa Perez, a companhia tem conseguido se transformar bastante nos últimos anos. Prova disso é que ela vê um potencial de valorização de cerca de 50% para os papéis da empresa nos próximos meses.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por André Jankavski

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