Diante da inflação persistente e do agravamento da crise das contas públicas, analistas projetam que a taxa Selic deve chegar aos 2 dígitos no fim do atual ciclo de alta. A expectativa é que a taxa de juros comece a recuar ainda no primeiro semestre de 2022, mas não antes de ultrapassar a marca de 10% ao ano.
Em resposta à piora das perspectivas para a situação fiscal do País com o risco de rompimento do teto de gastos, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano, indicando que deve realizar outro aumento da mesma magnitude na próxima reunião, o que levaria a taxa ao patamar de 9,25% ainda em 2021.
Indo além, os economistas dos bancos Bradesco (BBDC4, BBDC3), BTG Pactual (BPAC11) e Itaú (ITUB4, ITUB3) e da empresa de consultoria LCA acreditam que o ciclo de alta não deve parar por aí, e avaliam que a taxa deve chegar aos 2 dígitos ainda nos primeiros meses de 2022. Essa visão é sustentada pela deterioração das expectativas para a economia brasileira diante da possibilidade de rompimento do teto de gastos, visto como a principal âncora fiscal do País.
Perspectivas para a Selic
Na visão do Bradesco e da LCA, a Selic deve atingir o pico a 10,75% ao ano, iniciando um movimento de baixa logo em seguida. Para a equipe do BTG Pactual, a taxa deve chegar a 11%, enquanto o time do Itaú aposta em juros de 11,25% no fim do ciclo de alta.
Impacto na renda fixa
A perspectiva de uma Selic mais alta faz com que as taxas de juros avancem nesta quinta-feira (28), com destaque para a disparada das taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Os títulos públicos prefixados com vencimentos para 2024 e 2026 ofereciam rentabilidade anual superior a 12%.
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