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Após 5 anos de extermínio de empresas, Brasil voltou a registrar abertura em 2019

O bom desempenho pode ter influência de uma mudança na metodologia de cálculo do levantamento do IBGE (Foto: gleidiconrodrigues/Pixabay)

Depois de cinco anos consecutivos de extermínio de empresas, o Brasil voltou a registrar abertura de companhias. No ano que antecedeu a pandemia de covid-19, a economia brasileira passou a contar com mais 290,9 mil empreendimentos ativos em território nacional. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2019, divulgados nesta sexta-feira, (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, o bom desempenho pode ter influência de uma mudança na metodologia de cálculo do levantamento do IBGE.

“Parte deste saldo positivo pode estar relacionado ao fato de que, em 2019, a Demografia das Empresas, que tem como base o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), passou a incorporar também as informações do eSocial, num processo de substituição gradativa dos dados da RAIS”, ressaltou o órgão estatístico.

O Cempre somava 4,7 milhões de empresas ativas em 2019, com 5,2 milhões de unidades locais, das quais 50,5% localizadas na região Sudeste. Esses empreendimentos empregavam 39,7 milhões de trabalhadores: 33,1 milhões (83,3%) como assalariados e 6,6 milhões (16,7%) na condição de sócios ou proprietários.

Em relação a 2018, o número de empresas ativas cresceu 6,6%. O movimento também teve reflexo no emprego. O pessoal ocupado assalariado aumentou 2,4% no ano, 774,8 mil trabalhadores a mais.

Os salários e outras remunerações pagos por essas entidades totalizaram R$ 1,1 trilhão em 2019. O salário médio mensal foi de R$ 2.530,7621, equivalente a 2,5 salários mínimos da época, que era de R$ 998,00. A idade média dessas empresas ativas era de 11,7 anos.

No ano de 2019, 947,3 mil empresas entraram em atividade, o que corresponde a uma taxa de entrada de 20,2%, sendo que 726,5 mil delas eram novos empreendimentos e 220,8 mil reentradas, ou seja, empresas que voltaram à atividade após um período de interrupção temporária de até dois anos. Por outro lado, houve fechamento de 656,4 mil empresas, uma taxa de saída de 14,0%. O total de empresas sobreviventes no ano – aquelas que já estavam ativas em 2018 e assim permaneceram em 2019 – foi de 3,737 milhões, o que significa uma taxa de sobrevivência de 79,8%, resultado inferior à taxa de 84,1% registrada no ano anterior.

A maior geração de empresas, saldo resultante de abertura e fechamentos, ocorreu nas Atividades profissionais científicas e técnicas (61.388 empresas a mais) e de Saúde humana e serviços sociais (44.294 empresas a mais).

As maiores taxas de entrada foram registradas no Amazonas (26,9%), Acre (23,9%) Mato Grosso (23,8%) e Distrito Federal (23,8%). As mais baixas ocorreram no Rio Grande do Sul (17,0%), Santa Catarina (18,9%) e Minas Gerais (19,1%).

Quanto às taxas de saída, as mais elevadas foram as do Amapá (22,0%), Maranhão (20,3%) e Roraima (18,2%), ao passo que as menores aconteceram em Santa Catarina (10,7%), Rio Grande do Sul (12,6%), Espírito Santo (12,8%) e Paraná (13,2%).

O IBGE informou ainda que houve um aumento de 10,0% no número de empresas empreendedoras em 2019, totalizando 25.011 companhias.

As empresas de alto crescimento, chamadas de empreendedoras, são aquelas com pelo menos 10 empregados assalariados que aumentaram as contratações acima de 20% ao ano por três anos. Apesar da melhora, o número de empresas de alto crescimento ainda está longe dos melhores patamares já alcançados em anos anteriores. No início da série, em 2008, havia 30.954 empresas de alto crescimento. O melhor desempenho foi em 2012, com 35.206 empresas, e o menor, em 2017, 20.306.

As empresas empreendedoras ocupavam 3,3 milhões de assalariados e pagaram R$ 94,6 bilhões em salários e outras remunerações em 2019, com um salário médio mensal de 2,5 salários mínimos.

Por Daniela Amorim

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