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Taxas do Tesouro Direto sobem com risco fiscal após fala de Lira

A fala do presidente da Câmara fez com que as taxas de juros disparassem (Foto: Shutterstock)

As taxas de retorno dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto avançavam nesta terça-feira (19), refletindo a preocupação do mercado com a situação fiscal brasileira após falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), relativizando a importância da responsabilidade fiscal e sinalizando apoio à proposta do governo federal de uma nova extensão do auxílio emergencial.

Às vésperas do ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro parece se distanciar cada vez mais da agenda de reformas e privatizações, defendendo medidas vistas como eleitoreiras, com destaque para o programa social Auxílio Brasil, proposto como o substituto do Bolsa Família, que teria um valor médio mais alto e alcançaria um número maior de beneficiários.

Para viabilizar a implementação do programa, o governo aposta na aprovação da PEC dos Precatórios, que permitiria o parcelamento de dívidas judiciais da União, e da reforma do Imposto de Renda, que implementaria a tributação de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas.

Lira, alinhado com Bolsonaro, defendeu a prorrogação do auxílio emergencial enquanto não é encontrada uma solução para o impasse envolvendo os precatórios, mesmo que isso signifique o rompimento do teto de gastos. A fala de Lira fez as taxas de juros dispararem, trazendo insegurança ao mercado.

No exterior, o dólar recuava ante divisas fortes e de países emergentes exportadores de commodities, mas o agravamento do risco fiscal no Brasil fazia com que a moeda americana se valorizasse em relação ao real.

Cotações

A remuneração do título público Tesouro Prefixado 2024 subia a 10,51% ao ano, de 10,25% na segunda-feira (18). O Tesouro Prefixado 2026 oferecia juros anuais de 10,79%, ante 10,52% no fechamento anterior.

Dentre os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia taxa de retorno anual de IPCA mais 4,97%, ante taxa de IPCA mais 4,84% observada na véspera. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2045 subia a IPCA mais 5,23%, de IPCA mais 5,07% no último fechamento.

Títulos públicos

O Tesouro IPCA (antiga NTN-B) proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais. É um título que paga uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).

O Tesouro Prefixado (antiga LTN) é um título prefixado, e por isso o investidor tem a exata noção de qual será o retorno obtido desde o dia que efetuar a compra até a data do vencimento do título.

Já o Tesouro Selic (antiga LFT) é um título que proporciona ao investidor uma rentabilidade pós-fixada atrelada à variação da taxa Selic.

Títulos públicos são ativos de renda fixa que possuem a finalidade de captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo.

Vale destacar que a taxa de retorno e o preço dos títulos públicos têm comportamento inversamente proporcional, ou seja, quando um sobe o outro cai.

Veja as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra nesta terça-feira:

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