O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), evitou falar sobre o novo arranjo para o Auxílio Brasil, com pagamento de R$ 400 até dezembro de 2022 e parte da despesa fora do teto de gastos. Mais cedo, ele se reuniu com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Cidadania, João Roma, para tratar do tema.
“Não vou falar sobre perspectivas, vou esperar, o governo está trabalhando, os líderes do governo estão trabalhando, os ministros estão trabalhando, vamos esperar que nasça a proposta”, disse Lira.
O presidente da Câmara disse ainda que as reações negativas do mercado nesta terça-feira (19) ao novo arranjo da política social “são ruins”. “Mas é importante que a gente não gere expectativas em cima de projeções. Vamos esperar o que sai, o que acontece”, afirmou.
Lira ainda criticou o Senado por não ter votado a reforma do Imposto de Renda, já aprovada na Câmara e cuja proposta de taxação de lucros e dividendos seria fonte de financiamento para o aumento permanente do Auxílio Brasil. Agora, sem essa fonte, o que está em discussão são benefícios temporários para turbinar a política social até o fim de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro buscará a reeleição.
“Na realidade, o Senado está parado com relação às votações que são estruturantes, e isso também vai impactando. Estamos no final do ano e até agora nenhuma posição sobre o imposto de renda, que todos nós sabemos que é base de cálculo para a nova fonte (do auxílio). Então o governo deve estar trabalhando para ter alternativas caso o Senado decida não votara reforma do IR aprovada pela Câmara”, afirmou Lira.
“O mercado não está precificando a falta de votação de Senado. Você não é obrigado a votar uma matéria, mas sabendo a importância desse tema, o Senado não quer se debruçar sobre esse tema”, acrescentou o presidente da Câmara.
Ontem, em entrevista à Veja, Lira disse que os programas sociais “não são eleitoreiros, são urgentes”. “Como a gente ia justificar furar o teto para pagar precatórios, e muitos precatórios já foram vendidos, estão nas mãos de fundos de investimentos, e não furarmos o teto para um programa (social) ou para um auxílio? Como politicamente não se aprova isso?”, disse à revista.
Por Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes
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