O dólar recua no mercado local, à espera de mais um leilão novo de até US$ 1 bilhão em swap cambial, o terceiro seguido desde quarta-feira (13). Contudo, passado esse leilão, o mercado pode ser pressionado para cima pelo avanço dos retornos dos Treasuries longos, que puxa o índice DXY para cima no exterior. O dólar também já ganha força ante alguns pares emergentes do real, como peso mexicano.
Os ajustes ocorrem ainda após o resultado do IBC-Br pior que o esperado em agosto ante setembro e na comparação interanual. Já o IGP-10 de outubro cedeu 0,31%, mas acumula alta de 22,53% em 12 meses. A atividade fraca e a inflação de longo prazo pressionada devem nutrir o debate sobre estagflação no Brasil.
O IBC-Br de agosto teve queda de 0,15% ante julho, recuo mais forte do que a mediana negativa de 0,10% das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast. Em relação a agosto de 2020, o índice de atividade do Banco Central subiu 4,74%, também menor do que a mediana (alta de 4,90%).
Ao mesmo tempo, o IGP-10 cedeu 0,31%, porém acumulando alta de 22,53% em 12 meses. Os dados tendem a elevar o debate sobre estagflação no Brasil.
Os investidores locais seguem atentos aos riscos fiscais no Brasil. O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse no período da manhã que a PEC dos precatórios está bem consolidada e deve ser votada na terça-feira na comissão da Casa e quarta ou quinta-feira no plenário.
Repercutem ainda as declarações do presidente Jair Bolsonaro, de que vai determinar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a reversão da bandeira “escassez hídrica”, taxa adicional cobrada sobre a conta de luz dos brasileiros, “a partir do mês que vem”. A notícia, segundo um trader, pode trazer movimentação hoje nas NTNBs curtas.
A mudança da bandeira da crise hídrica, caso se confirme nos próximos dias, além de reduzir o custo das contas de luz, irá suavizar a pressão sobre a inflação. A bandeira trouxe um aumento de 6,78% na tarifa média.
Também há expectativas de que a proposta aprovada na Câmara de redução do ICMS dos combustíveis poderá vir a ser barrada no Senado por pressão de governadores, alegando queda potencial de R$ 24 bilhões na arrecadação dos Estados. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), condicionou a “boa vontade” com a mudança na cobrança do ICMS a uma avaliação efetiva do impacto no preço de combustíveis. E mesmo que seja aprovada a proposta, governadores já antecipam uma disputa jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF).
Às 9h27, o dólar à vista caía 0,59%, a R$ 5,4839. O dólar para novembro recuava 0,60%, a R$ 5,4975.
Por Silvana Rocha
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