O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu nesta quarta-feira, 6, na Casa Branca, com representantes de grandes empresas norte-americanas como a Nasdaq e os bancos JPMorgan e Citi para debater o impasse em torno do teto da dívida do país. Os executivos alertaram para as consequências econômicas de um possível calote e defenderam que o Congresso suspenda o limite para o endividamento do Tesouro.
“Cada dia de atraso agora vem com um preço crescente”, disse a CEO do Citi, Jane Fraser, em referência ao impasse político entre democratas e republicanos. De acordo com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, que também participou no encontro no Salão Oval, o governo poderia ficar sem capacidade de cumprir suas obrigações a partir do dia 18 de outubro.
A CEO da Nasdaq, Adena Friedman, afirmou que os mercados financeiros reagiriam “muito negativamente” a um calote da dívida. Segundo ela, parte da volatilidade vista nos últimos dias nas bolsas têm relação com o imbróglio fiscal.
“Um default real seria sem precedentes”, afirmou o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon. “Os efeitos seriam em cascata, de uma recessão a uma catástrofe completa para a economia global.”
Biden, por sua vez, voltou a dizer que a suspensão do teto é necessária para pagar dívidas que o país já contraiu, inclusive em governos anteriores. “Se eles não querem fazer o trabalho, saiam do caminho. Nós faremos”, declarou o chefe da Casa Branca, em referência ao Partido Republicano.
O impasse ocorre porque existe no Senado dos EUA o chamado filibuster (obstrução), uma regra que fixa um mínimo de 60 votos para passar a maioria das legislações.
Os democratas possuem 50 assentos na Casa – a metade – e apenas têm maioria porque podem contar com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris, que acumula o cargo de presidente do Senado. Portanto, para aprovar a suspensão do teto, os governistas precisariam do apoio de pelo menos 10 republicanos, mas a oposição se recusa a fazer um acordo.
Uma alternativa para o partido de Biden seria usar um dispositivo chamado de “reconciliação”, que permite a aprovação de projetos ligados ao orçamento por maioria simples, com o voto de Kamala, o que evitaria a obstrução dos republicanos.
Por Iander Porcella
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