O mercado financeiro brasileiro ainda não é tão desenvolvido quando comparado a outros países.
Entretanto, nos últimos tempos, é possível perceber uma diversificação maior no leque de opções de investimentos para os investidores.
Atualmente, os investidores têm diferentes estratégias disponíveis para investir, como ações, Fundos de Ações, BDRs, ETFs etc.
Em outras palavras, podemos dizer que hoje estão disponíveis no mercado formas de investimento que antes só existiam em estruturas específicas e restritas.
Nesse sentindo, os Fundos de Private Equity eram um desses casos que pouquíssimas pessoas sabiam do que se tratava.
Apesar de ser uma forma de aplicação que não é destinada para o público em geral, mais pessoas já têm conhecimento sobre como funciona esse investimento.
Porém, investidor, se você não sabe o que são e nem como funcionam os Fundos de Private Equity, acompanhe o conteúdo deste artigo.
Mesmo que você não tenha acesso a esse investimento, é importante conhecê-lo para entender o funcionamento do mercado e estar preparado caso haja uma liberação para os investidores em geral.
A seguir, vamos falar mais sobre essa forma de investimento e como esses Fundos funcionam.
O que são Fundos de Private Equity?
Bom, para entendermos o que é esse modelo de Fundo, podemos compará-lo aos Fundos de Ações.
O funcionamento dos Private Equity é bem semelhante ao dos Fundos de Ações.
Ou seja, ambas as classes possuem gestor, equipe de administração e cotistas, por exemplo.
Contudo, apesar de serem bem parecidos, os Fundos de Private Equity possuem uma particularidade: eles investem, majoritariamente, em empresas que não têm capital aberto.
O que isso quer dizer?
Esses Fundos investem em companhias que não estão listadas em nenhuma Bolsa de Valores.
Portanto, nesses produtos, os gestores compram participações em empresas com grande potencial de crescimento com, na maior parte dos casos, o objetivo de estar presente nos processos de desenvolvimento dessas companhias.
Diferentemente do que ocorre na Bolsa (ao menos em boa parte das vezes), eles têm função ativa nas empresas em que investem, com o objetivo de ajudá-las a crescer exponencialmente.
O objetivo deles é ganhar com o crescimento das companhias de capital fechado em que investem.
Dessa forma, para conseguirem atingir o objetivo, os gestores adotam participação ativa nas empresas, como, por exemplo, agregando expertise administrativa e renegociando dívidas.
Por esse tipo de estratégia demandar períodos maiores, o prazo de duração de investimento em Fundos de Private Equity (na média, de 7 a 10 anos) geralmente é mais longo do que o de um Fundo de Ações tradicionais.
Importante, aqui, destacar que por investir em empresas de capital fechado e que ainda estão em busca de consolidação, o risco dos Fundos de Private Equity é alto.
Em contrapartida, há também um maior potencial de retorno.
Como esse tipo de Fundo funciona?
Conforme citado anteriormente, os Fundos de Private Equity funcionam de forma similar aos Fundos de Ações.
Mas, como também já mencionado, a classe em questão investe em empresas de capital fechado.
Podemos dividir o funcionamento desses Fundos em três etapas:
– Fase de captação e comprometimento: essa etapa é muito importante, pois é quando o gestor terá conhecimento de quanto terá para investir.
Essa fase é o momento em que o Fundo recebe o investimento dos cotistas e quando estes se comprometem oficialmente com os aportes.
– Período de investimento: é nessa fase que o gestor irá selecionar as companhias em que investirá e nas quais contribuirá com seu conhecimento em administração.
– Período de venda ou desinvestimento: essa fase inicia-se após a finalização do período de investimento.
Nessa fase, os retornos de capital começam a cobrir os valores de investimentos iniciais e a positivar a rentabilidade geral da carteira.
Curva J
Um ponto importante referente aos Fundos de Private Equity é entender a “Curva J”.
O gráfico, que mostraremos a seguir, é uma representação do comportamento dos investimentos desses Fundos.
No início no gráfico é o momento em que são desembolsadas grandes quantias para o gestor realizar os aportes.
Assim, podemos observar a “depressão” na curva do gráfico.
Com o passar dos anos, a expectativa é que, com grandes retornos e com a rentabilidade no negócio aumentando, a curva comece a tornar-se ascendente – até chegar ao pico.
Fonte: XP Investimentos
Quais os tipos de Fundos de Private Equity?
Os tipos do Fundo são definidos de acordo com o estágio de desenvolvimento das empresas em que o gestor investe.
Dessa forma, os Fundos são caracterizados em três tipos: Seed Capital, Venture Capital e Private Equity.
Seed Capital
Essa modalidade é a que apresenta maiores riscos, pois nessa fase o investimento é feito para ajudar a empresa a “sair do papel”.
Em suma, o investimento nas empresas nessa fase é feito para bancar as primeiras ideias e ajudar na estruturação da companhia.
Em troca, o investidor recebe participação acionária no negócio.
Venture Capital
Nesse estágio, apesar de as empresas já gerarem receita, elas ainda não geram lucro.
O investimento continua sendo considerado de alto risco, porém um pouco menor em comparação à modalidade de Seed Capital.
Ademais, a aplicação é feita em empresas iniciantes, como as startups, com o objetivo de sustentar o começo do funcionamento da empresa.
Aqui, também, o investidor recebe uma participação acionária.
Private Equity
Por fim, nesse momento, as empresas já estão em um estágio mais desenvolvido e costumam gerar retornos mais consistentes.
O objetivo do investimento nessa fase é proporcionar a expansão do negócio.
O investimento também se dá em troca de participação acionária.
Esperamos que este artigo tenha ajudado você, investidor, a entender melhor os Fundos de Private Equity.
Caso tenha alguma dúvida, deixe seu comentário abaixo. Estamos sempre prontos para ajudá-lo!
(Este conteúdo é fruto de uma parceria entre a Levante Advice e o Mercado News)
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