A Ultrapar informou na manhã desta sexta-feira que desistiu de comprar da Petrobras a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. As tratativas haviam sido iniciadas em janeiro deste ano. Em fato relevante, a Ultrapar disse que, apesar dos esforços, “certas condições críticas definidas na proposta vinculante da companhia não se confirmaram no curso das negociações, desequilibrando a equação de risco e retorno esperada”.
“Com isso, a Ultrapar informa que não irá renovar sua proposta vinculante, optando por encerrar as negociações em curso, sem penalidades para nenhuma das partes”, informou a empresa no comunicado.
Segundo uma fonte que preferiu não se identificar, a Petrobras teria solicitado aumento de preço para a conclusão do negócio, o que tirava a operação da lógica econômica. Em nota à imprensa, a Petrobras confirmou o encerramento das negociações com a Ultrapar e disse que “iniciará tempestivamente novo processo competitivo para essa refinaria”.
“Os processos competitivos para venda da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Minas Gerais, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR), no Ceará, e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, continuam em andamento visando a assinatura dos contratos de compra e venda”, disse a Petrobras.
As refinarias Landulpho Alves (RLAM) e Isaac Sabbá (REMAN) já tiveram seus contratos de compra e venda assinados. A petroleira reforçou ainda o seu compromisso com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio e informou que as etapas subsequentes dos projetos em curso serão divulgadas ao mercado.
Desinvestimentos de Ultrapar continuam
A Ultrapar disse também que está concluindo a fase de racionalização de seu portfólio com os desinvestimentos em andamento da Oxiteno, Extrafarma e ConectCar.
Com um portfólio mais complementar e sinérgico, a Ultrapar diz que reduzirá significativamente a sua alavancagem financeira, ampliando a sua capacidade de investimento. “Nesse sentido, a Ultrapar continuará investindo no crescimento da plataforma existente nas verticais de energia e infraestrutura, por meio da Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo, bem como em novas oportunidades de negócios alavancados na transição da matriz energética brasileira”.
A Companhia também continuará acompanhando os desdobramentos do programa de venda de ativos da Petrobras.
Por Wagner Gomes
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