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Exterior calmo após Fed e alívio com Evergrande impulsionam Ibovespa

Nesta manhã, o Ibovespa subia 0,9%, aos 113.293,30 pontos (Foto: B3/Divulgação)

O Ibovespa pode ter mais um dia de correção nesta quinta-feira, quem sabe dando sequência ao terceiro dia seguido de valorização. Na quarta-feira, subiu 1,84%, aos 112.282,28 pontos, após 110.249,73 (alta de 1,29%) do dia anterior. Novas notícias de que Pequim fará o que for preciso para não deixar a crise de liquidez da Evergrande contaminar os mercados deixa investidores esperançosos.

O índice brasileiro abriu em alta e segue avançando. Às 10h45, subia 0,9%, aos 113.293,30 pontos, na máxima até o momento.

“A indicação da China de que irá resolver o caso da Evergrande é um ótimo sinal, pois afasta a possibilidade de uma situação parecida com a crise de 2008. Porém, essa questão ainda exige cautela”, afirma Carlos Duarte, planejador financeiro CFP pela Planejar.

As bolsas europeias e as de Nova York também avançam após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) adiar, por ora, a retirada de estímulos monetários. Porém, indicou que isso pode ser informado em novembro, mas que o processo será gradual, o que gera alívio nos mercados.

Como analisa Duarte, o Fed sugere que irá avaliar os indicadores, sobretudo os de setembro, para tomar uma decisão. Isso porque os dados têm mostrado resultados mistos e neste mês terminou a distribuição de cheques de ajuda a cidadãos americanos, para conter a crise.

“A retirada dos estímulos chamado tapering é um caminho natural. Tem uma hora que esse tipo de ajuda se esgota”, diz, completando que outros BCs devem ir na mesma direção. “Quando uma decisão de política monetária não é unânime, já é um sinal”, diz, em referência ao Banco da Inglaterra, que manteve hoje os juros e o programa de estímulos. Porém, dois dirigentes foram na direção contrária.

Hoje, foi informado o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA, que teve alta de 16 mil, a 351 mil, ante previsão de queda a 320 mil solicitações.

Já o Comitê de Política Monetária (Copom), sem surpresas, elevou a Selic de 5,25% para 6,25%, também ontem, indicando nova alta do juro de um ponto porcentual em outubro. Como era esperado, pode ter pouca influência nos negócios nesta quinta-feira, mas tende a dificultar o processo de retomada de ações de consumo, em meio ao quadro elevado de inflação e de juros.

Segundo Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico Investimentos, a situação envolvendo a companhia chinesa, acompanha pelo mercado desde a semana passada, parece estar caminhando para um “final feliz”. Além da injeção de recursos pelo governo chinês, cita que uma das unidades da incorporadora fez um acordo com os credores e deve fazer o pagamento da dívida em yuans. “Ótimas notícias, embora ainda existam dúvidas sobre o pagamento da dívida em dólar”, afirma em nota.

Ainda que hoje não tenha cotação do minério de ferro no porto de Qingdao, na China, devido ao feriado do equinócio de setembro, as ações ligadas ao setor de commodities metálicas na B3 podem voltar a passar por correção, depois das quedas recentes. O petróleo chegou a devolver parte dos ganhos dos últimos dias no exterior, empurrando as ações da Petrobras para baixo.

“Enquanto todas as commodities estavam caindo, o petróleo acumulou alta de quase 10% neste mês e agora que elas estão ganhando um fôlego, petróleo está realizando um pouco’, observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, em relatório.

Às 10h43, contudo, as ações da Petrobras subiam na faixa de 1%, à medida que o petróleo voltava para o terreno positivo. Já Vale ON tinha queda de 1,28%, enquanto CSN ON subia 0,34% e Usiminas PNA tinha elevação de 3,87%. O destaque, contudo, era Embraer ON (11,69), após anunciar parceria com a Bristow Group para carros voadores.

Por Maria Regina Silva

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