Buscando suprir uma lacuna do mercado, a gestora Trígono Capital, especializada em small caps, lançou o Trígono Horizon Microcap, o primeiro fundo de investimento focado no universo pouco explorado das micro caps brasileiras, empresas listadas na B3 com valor de mercado de até R$ 3 bilhões. Em entrevista ao Mercado News, o sócio e CEO da Trígono, Frederico Mesnik, falou sobre as oportunidades presentes nesse mercado e sobre a redução do risco de liquidez nesse segmento em meio ao aumento do número de investidores na Bolsa.
Mesnik começa sua avaliação do mercado brasileiro mencionando que existiam 406 empresas listadas na Bolsa no dia 30 de julho de 2021. O CEO prossegue excluindo os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e as empresas com liquidez insignificante, restando então 256 companhias, que Mesnik divide entre 34 large caps (grandes empresas), 44 mid caps (médias empresas), 66 small caps (pequenas empresas) e, finalmente, 112 micro caps.
Esse universo das micro caps possui um valor de mercado conjunto de R$ 120 bilhões, sendo que metade deste valor, cerca de R$ 60 bilhões, está em “free float”, ou seja, se trata de ações que estão em circulação na Bolsa.
Liquidez
O gestor diz que a liquidez se dá em função do tamanho do free float da empresa e do quanto ela é conhecida, portanto empresas maiores têm mais liquidez. Apesar disso, o CEO cita a evolução e a sofisticação do mercado brasileiro de ações desde a crise de 2008, quando fundos que investiam em ativos com baixa liquidez foram severamente penalizados, como um fator que beneficia as empresas menores.
“O mercado brasileiro mudou demais de lá para cá, a liquidez subiu 100 vezes, existem papéis que negociavam R$ 30 mil, R$ 40 mil por dia, e que hoje negociam R$ 30 milhões. […] A liquidez média diária desse segmento é de R$ 8 milhões.”
Trígono Horizon Microcap
O Trígono Horizon Microcap é um fundo que atua nesse nicho de 112 empresas com valor de mercado de até R$ 3 bilhões, buscando empresas saudáveis e com potencial de crescimento. Trata-se de um fundo de participações, sem alavancagem e sem investimento em derivativos, voltado para um horizonte de tempo mais longo.
“Muitas vezes, como o mercado não conhece bem essas empresas, o valor de tela não reflete o valor da empresa, e ao longo do tempo o mercado vai entendendo isso, principalmente depois que nós colocamos essas empresas na vitrine”, diz Mesnik.
O CEO diz ainda que a Trígono tem também um papel ativista, no sentido de colocar empresas menores no radar dos investidores, e acredita que iniciativas desse tipo podem incentivar a abertura de capital de mais empresas com valor de mercado relativamente pequeno.
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