Press "Enter" to skip to content

Taxas de juros têm dia de trégua com correção técnica e oferta pequena do Tesouro

Juros futuros fecham em queda nesta quinta-feira (Foto: Shutterstock)

Os juros futuros fecharam a quinta-feira em queda, na falta de novos gatilhos negativos no noticiário fiscal e político e pela decisão do Tesouro de colocar uma oferta mínima de títulos prefixados, ajudando a retirar pressão da curva. As taxas curtas fecharam perto da estabilidade e as demais, em baixa, configurando perda de inclinação, após uma disparada de quase 30 pontos-base na abertura. Nas mesas de operação, profissionais dizem que os aspectos mais técnicos foram destaque, mas não se aposta em movimento de devolução de prêmios consistente diante do cenário preocupante das contas públicas e crise política.

Do exterior, a contribuição para a queda das taxas veio das commodities, apesar da alta do dólar, com recuo nos preços de petróleo e minério de ferro, que podem dar um respiro ao cenário de preços por aqui.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou estável em 6,73% e a do DI para janeiro de 2023 passou de 8,50% para 8,49%. O DI para janeiro de 2025, que no pico de estresse da sessão chegou aos dois dígitos (10,13%), fechou em 9,72%, de 9,876% na quarta-feira, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,324% para 10,17%. O DI para janeiro de 2031, após tocar máxima nos 11,04%, terminou em 10,66% (10,822% na quarta-feira).

Em sequência à pressão vista na quarta-feira na etapa estendida, as taxas tiveram abertura fortemente pressionada, mas a trajetória perdeu fôlego com a decisão do Tesouro de antecipar o anúncio do edital do leilão, pouco antes das 9 horas, para ajudar o mercado na abertura. E optou por ofertar lotes mínimos de títulos prefixados.

“Foi muito pequeno. Tesouro só fez leilão para não ter de cancelar”, diz um operador, lembrando que as suspensões de ofertas emitem um sinal muito negativo ao mercado e só ocorrem em cenários mais extremos.

Ainda assim, só vendeu as 50 mil LTN ofertadas para 1/7/2023, rejeitando propostas para 50 mil LTN 1/10/2022 e 50 mil para 1/1/2025. Também rejeitou todas as propostas para as 20 mil NTN-F (10 mil 2027 e 10 mil 2031).

“O Tesouro operou não operando, o que ajudou a curva a fechar”, avaliou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, sobre a reduzida oferta de prefixados. No seu entender, o dia foi fraco no noticiário e as “não notícias” ultimamente têm sido fator de alívio.

As declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foram acompanhadas. Em webinar promovido pelo Council of the Americas, ele disse que a instituição possui os instrumentos para alcançar a meta de inflação para 2022 e que fará o que for necessário para isso. E revelou que o próximo Relatório Trimestral de Inflação (RTI) terá um documento sobre o nível de ancoragem das expectativas de inflação em cada decisão do Copom.

Por Denise Abarca

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Be First to Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *