A Petrobras vai chegar ao final de 2022 com 25 contratos de áreas de petróleo e gás junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), frente aos 283 que possuía em 2019, informou o diretor de Exploração e Produção da estatal, Fernando Borges.
“A gente está comprometido com isso. Não teremos nenhum campo em terra e nem em águas rasas”, disse Borges em evento online promovido pela agência epbr.
A redução, de cerca de 90% no número de contratos da companhia, faz parte da estratégia de se concentrar em campos de alta produtividade, como nos campos gigantes do pré-sal. Somente quatro campos da região garantem 70% da produção total da companhia, informou.
Mas, segundo Borges, os blocos na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, também estão no radar e podem repetir o sucesso obtido com a descoberta do pré-sal, em 2006.
“Do ponto de vista do Brasil, a fronteira com mais potencial é a margem equatorial águas profundas. É o mesmo potencial gerador que abastece a Venezuela de óleo, o mesmo das descobertas da Guiana, e até a descoberta na bacia Potiguar é o mesmo gerador. É uma área sub-explorada e a gente acredita muito ali”, afirmou.
Segundo ele, a previsão é de fazer entre 9 e 11 poços na Foz do Amazonas, em uma região onde a Guiana já fez descobertas e sinalizou que vai chegar a 2 milhões de barris de petróleo por dia em 2030.
A exploração na nova fronteira, porém, depende de licença ambiental, cuja demora já levou à desistência de dois sócios da Petrobras na área, BP e Total.
“Sem dúvida nenhuma, a gente não pode comprar uma área, atender todos os requisitos do processo de licenciamento e o órgão (Ibama) não permitir…é muito frustrante para uma companhia internacional que se prepara e não consegue atender os requisitos do licenciamento, a paciência acaba, como aconteceu no caso, perdemos dois sócios”, explicou.
Para ele, seria mais lógico a ANP licitar áreas com licenças ambientais já aprovadas, e cobrou rapidez na decisão do órgão ambiental para que se verifique se a Foz do Amazonas é uma nova fronteira de alta produtividade.
“Tem possibilidade de ter nova fronteira para a indústria de óleo e gás, mas tem que ser rápido”, alertou Borges, ressaltando que muitos na indústria preveem que o pico da demanda por petróleo já aconteceu e outros estimam que isso será em 2030.
Ele informou que a Petrobras já está conversando com a Guiana para realizar um contrato ambiental para eventual derrame de óleo, e que espera que o Ibama libere a licença o mais rápido possível.
Borges informou que apesar de se desfazer de blocos que não fazem mais sentido para a Petrobras, a estatal continuará buscando o crescimento da produção. Esta semana começa a produzir no campo de Sépia, parte do contrato de cessão onerosa, a partir da instalação da FPSO Carioca.
Outra exploração que vem sendo feita se refere à borda externa do Polígono do pré-sal, onde Borges tem encontrado mais gás do que petróleo.
“Não é uma repetição do pré-sal, está se revelando mais gás naquela região e pode ser uma futura província gasifica para o Brasil”, informou.
Além disso, segundo o diretor, a companhia continuará analisando os blocos oferecidos nos leilões do governo, que, segundo Borges, seriam mais atrativos se fossem apenas sob o regime de concessão e não de partilha. A estatal já informou que vai exercer, por exemplo, o direito de preferência no leilão do excedente da cessão onerosa de Atapu e Sépia, no pré-sal da bacia de Santos, marcado para 17 de dezembro deste ano.
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Por Denise Luna
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