O movimento de cautela que predominou no exterior poupou o mercado de juros doméstico, cujas taxas estiveram predominantemente em baixa nesta sexta-feira, 16. Após alguma volatilidade pela manhã, o dólar tentou se firmar em queda até o fechamento da sessão regular – voltou a subir no fim do dia – consolidando o sinal negativo para as taxas. Com a agenda esvaziada e a ausência de novidades no noticiário local, alguns investidores foram buscar prêmios aproveitando a curva em nível elevado, mas o volume de contratos negociados no dia ficou abaixo do padrão. Houve redução moderada da inclinação tanto na semana quanto em relação a ontem.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,795%, de 5,829% ontem, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 7,314% para 7,26%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 8,18%, de 8,285%, e a do DI para janeiro de 2027, com taxa de 8,60%, de 8,673%. O diferencial entre as taxas de janeiro de 2022 e janeiro de 2027 ficou em 281 pontos, de 285 pontos ontem e 288 na última quinta-feira.
O baixo astral que pairou lá fora veio pela queda inesperada do índice de sentimento ao consumidor norte-americano, mas o mercado de juros não se deixou contaminar até porque o câmbio não teve um comportamento linear, alternando altas e baixas durante o dia.
O cenário sobre a reversão dos estímulos monetários nos Estados Unidos ficou hoje ainda mais nublado por dados mistos da economia. A queda inesperada do índice do sentimento ao consumidor foi divulgada logo após o dado mostrando alta acima da prevista das vendas do varejo. As bolsas sucumbiram, mas os juros dos Treasuries avançaram.
A agenda econômica no Brasil teve hoje de destaque somente o IGP-10 de julho, que subiu 0,18%, pouco acima da mediana das estimativas (0,15%) e bem menos do que em junho, de 2,23%. Mas não chegou a influenciar os negócios nem alterar as apostas para a Selic na reunião do Copom em agosto. Nas opções digitais da B3, a de alta de 0,75 ponto porcentual tinha prêmio de 45 pontos-base e a de 1 ponto, 52 pontos, perto das 16h.
A expectativa para a próxima semana é de dias mais tranquilos em função do início do recesso parlamentar, que vai até 31 de julho. O destaque é o IPCA-15 deste mês, na sexta-feira, mas até lá os investidores vão monitorar o noticiário em torno do presidente Jair Bolsonaro, que está internado em São Paulo e sem previsão de alta hospitalar.
Por Denise Abarca
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