Questionado sobre a alta de preços administrados neste ano, sobretudo da energia elétrica, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse nesta segunda-feira, 12, que a instituição não avalia ainda que a inércia inflacionária de 2021 para 2022 seja um risco altista nem baixista para o próximo.
“O horizonte relevante para a política monetária é 2022. Qualquer choque em 2021 será importante na medida em que ele aumente a inércia para 2022. A inércia vai estar na conta, se o aumento da inflação para 2021 for muito relevante, potencialmente alguma coisa pode extrapolar para 2022, mas isso seguirá o modelo (de projeção)”, respondeu, em videoconferência organizada pelo Santander.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou pela terceira vez consecutiva a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. O colegiado passou a considerar apropriada a normalização da taxa de juros para o patamar neutro e indicou um novo ajuste de mesma magnitude ou ainda maior na Selic na próxima reunião.
Compromisso
Bruno Serra enfatizou há pouco que a instituição está lutando para mostrar que está comprometida com o centro da meta de inflação para 2022.
“Qualquer desancoragem das projeções preocupa. Vamos fazer o que for necessário para trazer inflação para o centro da meta no horizonte relevante. Não temos nenhum compromisso diferente, o compromisso é para acertar”, reafirmou, em videoconferência organizada pelo Santander.
Serra admitiu que o BC pode cometer erros em suas decisões, mas lembrou que a instituição sempre usa a foto do momento para decidir sobre a política monetária e evolui conforme o cenário caminha. “O mercado é bem remunerado para fazer apostas para um lado ou outro. Mas isso não pauta as decisões do BC. A gente se pauta pelas projeções de inflação e balanços de risco. O que mercado precifica ou não faz pouca diferença para a gente, a não ser no caso das projeções de inflação, que olhamos com cuidado extremo”, completou.
Selic
O diretor de Política Monetária do Banco Central evitou comentar a respeito de possibilidade de alta de 1,00 pp da Selic no próximo encontro.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou pela terceira vez consecutiva a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. O colegiado passou a considerar apropriada a normalização da taxa de juros para o patamar neutro e indicou um novo ajuste de mesma magnitude ou ainda maior na Selic na próxima reunião.
“A projeções de inflação implícitas já se reduziram antes dessa última reunião do Copom, antes do Copom mencionar a possibilidade de redução mais tempestiva do estímulo”, respondeu, em videoconferência organizada pelo Santander.
Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
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