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Crédito: Banrisul anuncia R$ 5,2 bi para produtores na safra 2021/22

O montante será 27% superior aos R$ 3 bilhões concedidos ao setor em 2020/21 (Foto: Banrisul/Divulgação)

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) ofertará a produtores rurais do Estado R$ 5,2 bilhões na safra 2021/22. O montante será 27% superior aos R$ 3 bilhões concedidos ao setor em 2020/21. Do total, R$ 1,19 bilhão devem ser liberados em linhas de custeio e investimento com taxas de juros equalizadas pelo Tesouro Nacional. Na safra 2020/21, a primeira do banco com subsídio do Tesouro, foram R$ 400 milhões. “Se considerarmos outras operações de crédito para o setor, como linhas de câmbio para exportação, o montante atual chega a R$ 4 bilhões”, disse em entrevista ao Broadcast Agro o presidente do banco, Cláudio Coutinho.

Entre os recursos previstos para a temporada atual, R$ 4,5 bilhões serão destinados a custeio, comercialização e industrialização e R$ 700 milhões a investimentos. “Em linhas de investimentos, haverá encaminhamento estratégico para práticas sustentáveis, relacionadas a agricultura de baixo carbono, energia fotovoltaica e biodigestores, além de irrigação, solos e armazenagem”, detalhou Coutinho.

Na distribuição dos recursos, a agricultura familiar deve ficar com R$ 1,04 bilhão, médios produtores, com R$ 811 milhões, e os grandes produtores, cooperativas e empresas, com R$ 3,35 bilhões. Em todas as operações, a expectativa é alcançar 50 mil produtores rurais do Estado, de um total de 500 mil cadastrados no banco. “Estamos muito otimistas e preparados. O Rio Grande do Sul tem 497 municípios e o Banrisul está presente em 430 deles, sendo que 350 agências têm equipes especializadas em agronegócio”, afirmou o executivo. A equipe de gerentes especializados no setor mais que dobrou, conforme Coutinho.

Há planos também de intensificar o trabalho para ampliar a área de lavouras seguradas no Estado. Serão ofertadas ao longo da safra 2021/22 mais modalidades de seguros rurais, por meio de investimentos em novas tecnologias.

Market share A safra 2021/22 é a terceira em que o Banrisul anuncia um pacote de crédito para o setor. Em 2019/20, o banco ofertou R$ 2,3 bilhões. Em 2020/21, o montante aumentou 30%, para os R$ 3 bilhões. Coutinho assumiu a presidência do Banrisul em 2019, quando o banco tinha uma participação aproximada de 8% no crédito rural do Estado. Hoje, a fatia chega a 11% e o objetivo é atingir 20%, mesma participação da instituição financeira em todo o crédito movimentado no Estado. “Como o agronegócio tem uma participação na economia do Estado de 40%, é muito importante que tenhamos maior presença no agronegócio”, afirmou.

Para ganhar terreno no Rio Grande do Sul, uma das frentes de ação do banco será continuar ampliando o atendimento especializado ao setor agropecuário, conta Coutinho. Entre julho e agosto, o Banrisul vai inaugurar três espaços exclusivos para produtores dentro de agências em Santo Ângelo, Cruz Alta e Passo Fundo. “Será uma agência dentro da agência, só para o agronegócio”, explica. Até o fim da safra, outros três espaços exclusivos, “escritórios de negócios” fora de agências existentes, serão abertos no Estado. Nestes locais, não haverá caixas ou movimentação de dinheiro, apenas gerentes especializados para atender agricultores.

Além de capilaridade e especialização, o executivo aposta também em maior agilidade no acesso a financiamentos e na diversificação de serviços para ganhar participação em crédito rural. “No setor rural tem muito trabalho burocrático e normas para cumprir, faz diferença o produtor não precisar viajar até o outro município. No nosso aplicativo, montamos sistemas integrados e o processo hoje em dia está muito mais rápido”, explica. “O produtor consegue fazer tudo com a gente, de financiamento para caminhão e sistema fotovoltaico a folha de pagamento de funcionários”, acrescentou. Segundo ele, o banco utiliza hoje diversas fontes para atender ao setor, como poupança, depósito à vista e recursos de depósitos à vista de outros bancos sem operação no setor agropecuário.

O aumento de participação no mercado não necessariamente se dará pela redução do peso de outros agentes financeiros na concessão de crédito a produtores gaúchos, diz Coutinho. “Não é exatamente um rouba monte, porque esse mercado está crescendo muito em volume. Eu posso atingir 20% de participação e o concorrente continuar tendo a mesma fatia”, ponderou Coutinho.

Por Clarice Couto

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