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BCE adota meta de inflação de 2%, após revisar estratégia de política monetária

Banco Central Europeu confirmou que as taxas de juros continuam sendo seu principal instrumento de política monetária (Foto: BCE)

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (8) que passará a adotar meta de inflação de 2% no médio prazo, ao divulgar os resultados da revisão de sua estratégia de política monetária. A nova estratégia passará a ser aplicada já na próxima reunião do BCE, em 22 de julho.

“Quando a economia está operando perto do nível mais baixo das taxas de juros nominais, exige ação de política monetária especialmente vigorosa e persistente para evitar que desvios negativos da meta de inflação se consolidem. Isso também pode implicar um período transitório em que a inflação fique moderadamente acima da meta”, disse o BCE em comunicado. Anteriormente, o BCE perseguia meta de inflação “ligeiramente abaixo” de 2%.

O BCE também confirmou que as taxas de juros continuam sendo seu principal instrumento de política monetária, acrescentando que orientações futuras, compras de ativos e operações de refinanciamento de longo prazo continuarão fazendo parte de sua “caixa de ferramentas” e serão utilizadas, conforme a necessidade.

Mudanças climáticas

Em paralelo à revisão geral da estratégia, o BCE divulgou um plano de ação que visa melhorar a integração de considerações sobre mudanças climáticas na estrutura da política monetária. Segundo a instituição, o documento reforça o comprometimento em levar em conta de forma sistemática a sustentabilidade ambiental em suas decisões.

“Embora os governos e parlamentos tenham a responsabilidade primária de agir em relação às alterações climáticas, no âmbito do seu mandato, o BCE reconhece a necessidade de continuar a incorporar as considerações climáticas no seu quadro de política”, ressalta.

Segundo o banco, as transformações no clima e a transição verde afetam o cenário de estabilidade de preços, indicadores como inflação e desemprego, além da transmissão da política monetária. Por isso, o Conselho do BCE se diz “fortemente comprometido” a expandir a capacidade analítica sobre a questão, com o desenvolvimento de novos modelos estatísticos. Pretende ainda criar obrigações de divulgações de riscos climáticos por ativos privados.

O BCE também informou que passará a realizar teste de estresses, a partir de 2022, para avaliar a exposição de seus balanços de ativos a esses riscos. “Com este plano de ação, o BCE aumentará a sua contribuição para fazer face às alterações climáticas”, destaca.

Por Sergio Caldas e André Marinho

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