O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o governo está recalculando as alíquotas propostas pela própria equipe econômica na semana passada para a reforma do Imposto de Renda. O ministro citou os bons resultados do mercado de trabalho formal e da arrecadação de tributos. “As receitas subiram 22% em termos reais nos primeiros cinco meses do ano. Vou tentar transformar isso tudo (ganho de arrecadação) em redução de alíquota”, afirmou, em evento virtual organizado pelo empresário Abílio Diniz. “Calma, já estamos recalculando tudo”, completou.
Pela proposta do governo, a alíquota do IRPJ cairia cinco pontos porcentuais de 25% para 20% em dois anos, metade em 2022 e 2023.
Mais uma vez, porém, Guedes disse que essa redução pode chegar a dez pontos porcentuais que o governo conseguir reduzir subsídios a grupos pequenos de empresas. “Se tivermos coragem de mexer em renúncia, alíquota para empresa pode cair 10 p.p.. Isso está ao nosso alcance antes do final deste ano, estamos lutando por isso”, acrescentou.
Disse ainda que decidiu encaminhar as reformas administrativa e tributária ao Congresso mesmo diante de resistências de pessoas no entorno do presidente Jair Bolsonaro. “Mesmo pessoas do entorno do presidente diziam que fazer reformas estruturais era risco eleitoral. Eu dizia que é o contrário, que temos que ir para o ataque. Se quisermos ganhar a eleição precisamos avançar com as reformas para retomar o crescimento.”
Lucro e dividendos
O ministro da Economia voltou a defender também a proposta apresentada pela equipe econômica na semana passada para tributar a distribuição do lucro e dividendos com uma alíquota de 20%. “O Brasil é um País de renda baixa. Não adianta tributar demais quem ganha R$ 1,9 mil por mês, não vai ter justiça social nunca. Cerca de 20 mil pessoas teriam pago R$ 280 bi se tivéssemos cobrado 20% sobre dividendos (nos últimos 25 anos”, afirmou. “Ninguém precisa se envergonhar de ser rico. Mas precisa se envergonhar de não pagar IR sobre dividendos. Só o Brasil e a Lituânia têm essa deformação, que estamos corrigindo”, completou.
Por Eduardo Rodrigues e Idiana Tomzaelli
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