O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 2,4 pontos na passagem de maio para junho, para 122,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador ainda está 7,2 pontos acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil.
Em junho, além das questões associadas à pandemia, a alta da incerteza “contou com novos ruídos, como a possibilidade de uma crise energética e o desenrolar da CPI da Covid-19 e da reforma tributária no Congresso”. “A única notícia positiva do mês foi o recuo do componente de Expectativa, que retornou pela primeira vez ao nível pré-pandemia, de janeiro de 2020”, diz a nota divulgada nesta quarta-feira pela FGV.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Em junho, esses dois componentes “caminharam em sentido oposto”, conforme a FGV. O IIE-Br Mídia subiu 4,7 pontos, para 121,7 pontos, contribuindo positivamente em 4,1 pontos para a alta do indicador agregado. O IIE-Br Expectativas recuou em 7,7 pontos, para 115,7 pontos, contribuindo de forma negativa, em 1,7 ponto, para o agregado.
No componente das expectativas, “a queda mais expressiva foi na dispersão das previsões dos juros Selic, sinalizando que a percepção pelos mercados sobre o timing e a intensidade do atual ciclo de alta dos juros está se tornando gradualmente mais homogênea”, diz a nota da FGV.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.
Por Vinicius Neder
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