A proposta da segunda fase da reforma tributária encaminhada pelo governo federal ao Congresso, caso aprovada sem alterações, teria impacto negativo sobre o resultado de grandes empresas de diversos setores da B3, aponta análise da XP Investimentos.
A XP utilizou dados históricos de 2019 e 2020 das empresas sob sua cobertura para calcular qual seria o impacto das 3 principais medidas inclusas na proposta: o fim dos juros sobre capital próprio (JCP), a tributação dos dividendos e a redução do imposto de renda para pessoa jurídica, de 25% para 22,5% em 2022, e 20% a partir de 2023.
O resultado revelou que dentre as empresas mais prejudicadas pelas medidas estariam os grandes bancos brasileiros listados na Bolsa (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander Brasil, além do gaúcho Banrisul), gigantes do varejo (Carrefour Brasil e Lojas Americanas), locadoras de veículos (Localiza, Movida e Unidas) e empresas de telecomunicações (Tim e Vivo). Figuram também entre as companhias mais afetadas negativamente a farmacêutica Hypera, a empresa de bebidas AmBev, a empresa de medicina Fleury, a seguradora Porto Seguro, a transportadora JSL, a administradora de shopping centers Multiplan e a concessionária de transmissão de energia ISA CTEEP, além da própria B3.
O levantamento aponta também para algumas poucas empresas que se beneficiariam do novo regime tributário, com destaque para o Grupo Pão de Açúcar, do setor de supermercados, e o Grupo Soma, do varejo de moda.
Apesar do resultado apontar para um impacto inicial negativo das medidas, a XP conclui que ainda é cedo para que sejam tomadas decisões precipitadas. A corretora destaca ainda que a tributação de dividendos tende a estimular o reinvestimento do lucro adicional, o que, no longo prazo, tende a valorizar os preços das ações.
Veja a seguir detalhes das empresas mais impactadas de acordo com o levantamento da XP:
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