O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do Brasil subiu de 44,5 em abril para 49,2 em maio, divulgou nesta sexta-feira a IHS Markit. A atividade do setor de serviços caiu a um ritmo muito mais lento e a produção industrial voltou a crescer.
O PMI do setor de Serviços, que integra o Composto, foi a 48,3 em maio, após 42,9 em abril. O número é resultado de uma contração mais lenta em um período de cinco meses de redução. As restrições da pandemia e o fechamento de empresas ainda são relatados pelas empresas como os principais obstáculos.
O índice de novos pedidos do setor privado encerrou uma sequência de quatro meses de redução e aumentou em maio. Os novos negócios, por sua vez, se estabilizaram na economia de serviços e cresceram no setor industrial. O índice de emprego consolidado ficou amplamente estável na metade do segundo trimestre, com o crescimento dos fabricantes de produtos compensando a contração entre os prestadores de serviços.
“As empresas de serviços estão confiantes de que, com o retrocesso da pandemia, a atividade de negócios aumentará intensamente. Participantes da pesquisa mencionaram planos para elevar os investimentos, publicidade e novas ofertas. Como era de se esperar, a probabilidade é que isso se materialize assim que a disponibilidade da vacina melhorar e as condições começarem a voltar a algum tipo de normalidade”, afirma em nota a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna de Lima.
A taxa de inflação dos preços de insumos no setor privado diminuiu ainda mais em relação ao recorde registrado em março, mas foi uma das mais fortes desde o início da série histórica (2007). Aumentos mais lentos aconteceram nas categorias de serviços e industriais. Nos preços agregados de vendas, porém, houve aumento mais rápido, e a taxa de inflação foi a mais forte da série histórica.
“As despesas operacionais continuaram aumentando nitidamente na economia de serviços, com as empresas repassando parte dos custos adicionais para seus clientes, apesar das limitações dos novos negócios. A intensificação da inflação dos preços de venda é preocupante e pode deter a demanda já frágil”, alerta Lima.
Fabricantes de produtos e prestadores de serviços projetam um crescimento da produção ao longo dos próximos 12 meses. O nível agregado de sentimento positivo avançou ao maior patamar em três meses. As empresas do setor industrial estavam mais otimistas do que as de serviços.
De acordo com a IHS Markit, entre as empresas de serviços, o índice de novos pedidos ficou praticamente estável em maio, após quatro meses consecutivos de queda. A demanda mostrou sinais provisórios de melhora, como resultado do encerramento de algumas restrições a viagens internacionais e de publicidade bem-sucedida. Houve aumento nos novos negócios de exportação na metade do segundo trimestre, e a taxa de expansão foi a segunda mais rápida da série histórica iniciada em setembro de 2014, atrás apenas de fevereiro de 2015.
Os prestadores de serviços seguiram com excedente de capacidade em maio, com volumes de negócios pendentes caindo pelo sétimo mês consecutivo. Pedidos em atraso tiveram queda no ritmo mais rápido desde fevereiro. O índice de emprego registrou a sexta queda consecutiva, mas foi a mais fraca do ano.
A taxa de inflação dos preços de insumos diminuiu para o menor patamar em três meses em maio, mas permaneceu acentuada e acima da média de longo prazo. Os membros da pesquisa relataram preços mais altos para energia, alimentos, combustível, produtos de higiene e equipamentos de proteção individual (EPI).
Por Guilherme Bianchini
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