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Euforia? O que esperar da Bolsa em junho após recorde

Ibovespa supera os 126 mil pontos com cenário externo positivo (Foto: Pixabay)

A mesma toada positiva de maio que levou o Ibovespa a renovar máxima histórica acima dos 126 mil pontos tende a prosseguir em junho, na esteira do cenário positivo para ativos globais, apesar da volatilidade que permeia riscos internos, como o progresso da imunização contra Covid-19.

O principal índice de ações da B3 acompanha os recordes das bolsas internacionais em meio ao salto das cotações de commodities, que também alimenta o receio com inflação. Por ora, falta consenso entre investidores e analistas sobre o recente avanço do nível geral de preços nos Estados Unidos: afinal, é “transitório” ou “duradouro”?

A busca por essa resposta promete agitar os mercados ao longo das próximas semanas, ao sabor de qualquer indicador econômico pendendo para alguma das vertentes, com impacto nos mercados.

E é sob este ambiente externo que a perspectiva é de continuidade da alta das ações brasileiras. Um gestor de um fundo de ações diz que percebe um apetite grande para o mercado prosseguir em “euforia” diante da fila de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) de empresas na Bolsa.

Perspectivas

Outro ponto que conta a favor da melhora da perspectiva para o mercado brasileiro são os indicadores fiscais positivos que vêm sendo divulgados. Os dados recentes de superávit primário surpreendem positivamente, apesar das incertezas sobre o avanço da agenda de reformas.

Ainda no âmbito interno, “é importante olhar se a gente não vai ter uma terceira onda no Brasil – embora a segunda onda ainda não tenha deixado de existir, os números continuam muito altos ainda – e agora, principalmente, a questão da necessidade ou não de racionamento”, lembra Roberto Attuch, CEO da casa de análises independente Ohmresearch. Ele destaca o cenário externo favorável como fiel da balança da trajetória da Bolsa.

Também de carona com o otimismo externo, “nossa previsão é de valorização da B3 em junho, queda do dólar e também das taxas de juros; mesmo com expectativa de alta da Selic. Penso que nesse ambiente turbulências de curto prazo são inevitáveis, mas a tendência segue sendo positiva e de recuperação, caso não tenhamos nenhum acidente de percurso”, afirma Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do modalmais (MODL11).

Vacina

O economista Daniel Xavier Francisco, do Banco ABC Brasil (ABCB4), chama a atenção para o progresso da vacinação no Brasil. “O ritmo atual de vacinas/dia, em nossa avaliação, é compatível com 50% da população adulta vacinada (uma dose) em meados de agosto. Com isso, a confiança econômica tende a melhorar ainda mais a partir do segundo semestre, facilitando a retomada. Este é um ambiente favorável a ativos como o Ibovespa, também impulsionado pelas commodities.”

No entanto, caso notícias ao longo do mês apontem para desaceleração no ritmo de vacinação ou atrasos na tramitação da reforma administrativa, a aversão ao risco pode voltar a dar as cartas.

Assim, Luiz Macedo, sócio e portfolio manager da gestora de fundos quantitativos Pandhora Investimentos, recomenda diversificação na Bolsa, escapando de cenário binários nos investimentos. “Simplesmente comprar ‘todo o mercado’ talvez deixe o investidor final exposto demais a ações com maior peso no índice.”

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