O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,5% em abril ante março, para R$ 4,126 trilhões, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 15,1%.
Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.
Em abril ante março, houve alta de 1,0% no estoque para pessoas físicas e manutenção (0,00%) no estoque para pessoas jurídicas.
De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,7% em abril, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,3%.
No crédito livre, houve alta de 0,9% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 0,3% no período.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 54,3% para 53,6% na passagem de março para abril.
Habitação e veículos
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,1% em abril ante março, totalizando R$ 740,510 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses até abril, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 13,3%.
Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física subiu 0,4% em abril ante março, para R$ 225,154 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 9,3%.
Setores
Em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária caiu 2,7% em abril, para R$ 35,248 bilhões, informou o Banco Central.
Já o saldo para a indústria ficou estável no mês, em R$ 738,234 bilhões. O montante para o setor de serviços teve baixa de 0,2%, para R$ 1,029 trilhão.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros) – cujos fluxos são bastante voláteis – o saldo subiu 6.122,5% em abril, aos R$ 2,489 bilhões.
BNDES
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas teve baixa de 0,9% em abril ante março, somando R$ 381,521 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 0,3%.
Em abril, houve alta de 1,1% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, baixa de 0,9% no financiamento de investimentos e recuo de 1,6% no saldo de capital de giro.
Setor não financeiro
O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro recuou 1,5% em abril ante março, para R$ 12,303 trilhões. O montante equivale a 160,0% do PIB do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.
No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado cedeu 1,1% em abril ante março, para R$ 4,323 trilhões. O montante equivale a 56,2% do PIB.
Concessões
Em meio à pandemia do novo coronavírus, as concessões dos bancos no crédito livre caíram 7,1% em abril ante março, para R$ 339,8 bilhões, informou o Banco Central. Nos 12 meses até abril, o recuo foi de 2,0%.
Estes dados, apresentados nesta sexta pelo BC, não levam em conta ajustes sazonais.
Em abril, no crédito para pessoas físicas, as concessões caíram 0,7%, para R$ 171,2 bilhões. Em 12 meses até abril, há alta de 0,1%.
Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões cederam 12,8% em abril ante março, para R$ 168,6 bilhões. Em 12 meses até abril, o recuo é de 4,1%.
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
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