As taxas de juros encerraram a sessão desta quinta-feira em baixas expressivas, à medida que um conjunto de fatores provocou a retirada consistente de prêmios na curva. Primeiro, logo cedo, o dólar em queda ante o real, diminuindo o temor com pressões inflacionárias. Depois, o superávit primário de abril perto do teto do consenso corroborando com comentários benignos da Fitch sobre o cumprimento do teto de gastos este ano.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou com taxa de 4,99%, de 4,996% no ajuste de quarta-feira. O janeiro 2023 recuou de 6,653% a 6,580%. O janeiro 2025 cedeu de 8,065% a 7,89%. E o janeiro 2027 caiu de 8,684% a 8,52%.
A queda do dólar vinha desde a manhã, em meio a comentários sobre a entrada de fluxo no País. Assim, uma fonte de pressão às taxas já estava descartada logo cedo. Depois, o primeiro leilão do Tesouro após a revisão do Plano Anual de Financiamento (PAF), no qual foi feito um ajuste para menor exposição em prefixado e maior em títulos atrelados à inflação e juro.
No começo da tarde, enquanto o mercado esperava o resultado primário, a Fitch reafirmou o rating ‘BB-‘ do Brasil e manteve a perspectiva negativa para a nota do País. Apesar de reconhecer que a dificuldade na consolidação fiscal do País, a agência sublinhou que enxerga um cenário de cumprimento do teto de gastos e vê espaço para queda do porcentual do déficit primário em relação ao Produto Interno Bruno (PIB) a 7,4%.
De certa forma, a nota do Tesouro, publicada meia hora depois da ação de rating da Fitch, sustentou a visão da agência. Abril registrou superávit de R$ 16,492 bilhões, o melhor desempenho para o mês desde 2014. A mediana do mercado estava em R$ 8,5 bilhões, de um intervalo que ia de déficit de R$ 18,800 bilhões a saldo positivo de R$ 17,800 bilhões. O resultado se amparou em uma arrecadação forte de tributos federais. O primário em relação ao PIB cedeu de 9,5% no acumulado em 12 meses até março para 7,9%.
Na visão do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, o crescimento real de 52,2% das receitas em abril em relação a igual mês do ano passado não decorre apenas da base de comparação deprimida de 2020. No acumulado do ano, houve alta real de 16,6% nas receitas totais. “É inegável que há um componente expressivo de recuperação econômica nas receitas”, argumentou.
Por Mateus Fagundes
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