O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse nesta sexta-feira que a tendência da abertura da economia é direcionar mais renda para o setor de serviços, o que deve recompor os preços do setor e diminuir a pressão sobre os preços de bens de consumo.
“É desejável mesmo que a inflação de serviços acelere para entregarmos a meta de inflação. Ao mesmo tempo, a melhora dos serviços deve reduzir a pressão sobre a inflação de bens, e devemos ver uma suavização dos preços internacionais das commodities”, detalhou Serra, em videoconferência organizada pelo Credit Suisse.
O diretor mais uma vez afirmou não saber se mercado de trabalho informal vai acompanhar o ritmo das vagas formais nos meses à frente. “Não sabemos se vamos recuperar nível de emprego do pré-pandemia rapidamente”, admitiu.
IBC-Br
Bruno Serra reafirmou que a recuperação da atividade econômica tem se dado de maneira desigual entre os setores. Ele citou o recuo de 1,59% do Índice de Atividade (IBC-Br) em março ante fevereiro, interrompendo uma série de dez meses de consecutivos de recuperação. “Tivemos um fevereiro muito forte e um resultado pior em março, devido às restrições de movimentação em várias localidades. Ainda assim, a média móvel de 3 meses do IBC-Br está rodando em níveis melhores”, afirmou.
A média móvel trimestral do IBC-Br subiu 0,39% em março, na série com ajuste sazonal. Em fevereiro, o indicador havia registrado alta de 1,15%.
Serra lembrou que o País segue em um dos momentos piores da pandemia, mas apontou que todos os setores econômicos estão recuperando os níveis pré-pandemia, “Os dados mostram que a mobilidade no Brasil voltou mais rápida do que em outros lugares, talvez (de forma) mais rápida do que devesse”, completou.
Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
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