O Banco Central Europeu (BCE) considera que um “amplo apoio monetário” segue necessário para apoiar a recuperação da economia da zona do euro e assegurar a volta da inflação à meta de quase 2%, conforme aponta ata referente à mais recente reunião de política da instituição, divulgada nesta sexta-feira (14).
A avaliação, consensual entre os dirigentes, é justificada por incertezas sobre a pandemia e o ritmo de vacinação contra o coronavírus, que ainda pesam sobre o cenário de curto prazo, de acordo com o documento.
“As informações recebidas, incluindo indicadores de alta frequência, indicavam que a atividade econômica provavelmente teria se contraído novamente no primeiro trimestre, mas apontavam para uma retomada do crescimento no segundo trimestre”, destaca o relatório.
Para os próximos meses, o BCE espera uma recuperação sustentada pelo avanço da imunização e as consequentes retiradas de restrições à mobilidade. “Os riscos para as perspectivas de crescimento da área do euro continuaram a ser descendentes no curto prazo, mas permaneceram mais equilibrados no médio prazo”, pontua o texto.
Na ata do BCE, os dirigentes concordaram que as condições financeiras da zona do euro permaneciam estáveis. “As taxas de juros livres de risco e os rendimentos dos títulos soberanos, que aumentaram no início do ano, ficaram de lado desde a reunião de março e se desvincularam da evolução dos mercados dos Estados Unidos desde o final de fevereiro”, pontua o documento.
Segundo o relatório, os integrantes do Conselho decidiram endossar a proposta do economista-chefe, Philip Lane, de reiterar a política acomodatícia. “Os membros recordaram que a reunião de política monetária de junho proporcionaria a próxima oportunidade para realizar uma avaliação exaustiva das condições de financiamento e das perspectivas de inflação”, destaca o texto.
Ainda de acordo com a ata, os dirigentes destacaram que o Programa de Compras de Emergência de Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) continuarão a operar de maneira flexível e depende das condições financeiras e do quadro inflacionário.
Por André Marinho e Sergio Caldas
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