A Comissão Europeia elevou as principais projeções econômicas em seu relatório da Primavera divulgado nesta quarta-feira (12), em meio a renovadas expectativas pela forte recuperação da economia da União Europeia (UE), à medida que a vacinação contra o coronavírus avança e permite o relaxamento de restrições à mobilidade em vários países.
Após tombo de 6,6% em 2020, o órgão prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro crescerá 4,3% em 2021 e 4,4% em 2022. Na atualização anterior, a expectativa era por expansão de 3,8% em cada um dos dois anos. Para a UE como um todo, a projeção é de que o PIB avance 4,2% este ano e 4,4% no próximo.
A Comissão também elevou a estimativa para a alta da inflação ao consumidor na região da moeda comum em 2021, de 1,4% a 1,7%, e manteve a de 2022 em 1,3%. A taxa de desemprego, por sua vez, deve subir a 8,4% este ano e cair a 7,8% em 2022, enquanto a dívida ficará em 102,4% do PIB no exercício atual e 100,8% no seguinte, de acordo com o documento.
Segundo o relatório, os riscos ao cenário econômico seguem elevados e continuarão assim enquanto a covid-19 estiver pesando sobre a atividade. O estudo ressalta que os desdobramentos da vacina para a covid-19 podem ser piores ou melhores do que o quadro previsto, a depender do ritmo de imunização e da eficiência dos profiláticos.
Para a Comissão, a retirada das medidas de apoio fiscal, se prematura, pode prejudicar a retomada, mas também há o risco de criação de distorções nos mercados, caso haja atraso nesse processo. A recuperação mais forte da economia global, sobretudo nos Estados Unidos, é vista como um fator potencialmente positivo. No entanto, também pode impulsionar excessivamente os juros dos Treasuries, o que geraria ajustes desordeiros.
Comissário da UE para a economia, Paolo Gentiloni confirmou que o bloco permitirá a continuação das medidas de flexibilização orçamentária até o final de 2022. Segundo ele, a recente onda de casos de coronavírus tornou o início do ano difícil no bloco. “Mas o ritmo mais acelerado de vacinação nos últimos meses deve permitir que as restrições sejam amenizadas ainda mais no segundo semestre – na verdade, isso já está em andamento – e assim permitir que a economia se recupere”, destacou.
Por André Marinho
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