O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou queda de 0,7 ponto em abril na comparação com março, atingindo 103,5 pontos, informou nesta quinta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Trata-se do menor resultado desde agosto do ano passado, quando o indicador marcou 98,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,6 pontos.
A queda pelo quarto mês consecutivo reflete o ritmo lento da vacinação, a desvalorização do real e a escassez de insumos, explica em nota Claudia Perdigão, economista do FGV/Ibre. Segundo Claudia, o cenário cria um ambiente de incerteza que causa a piora da situação atual e a manutenção de expectativas cautelosas, em níveis abaixo dos 100 pontos. “Mas o estabelecimento dos programas de manutenção do emprego e auxílio às empresas poderá colaborar para a recuperação das expectativas para o início do próximo semestre”, diz.
Dos 19 segmentos industriais pesquisados, 14 registraram queda da confiança em abril. O desempenho negativo é influenciado por uma piora na satisfação dos empresários em relação à situação atual e por um movimento de acomodação das perspectivas para os próximos três e seis meses.
O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,4 ponto, para 110,0 pontos, menor nível desde setembro de 2020 (107,3 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) diminuiu 0,2 ponto, para 96,9, atingindo a menor marca desde julho do ano passado (90,5 pontos).
O indicador que mede o nível de estoques recuou 4,9 pontos, a 113,3, enquanto a situação corrente dos negócios avançou 1,1 ponto, para 107,3 pontos.
Dos indicadores que compõem o IE, o emprego previsto para os próximos três meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança em abril ao cair 1,3 ponto, a 101,4, menor patamar desde julho de 2020 (93,0). A produção prevista para os próximos três meses subiu 0,4 ponto, para 86,6 pontos, e a tendência dos negócios teve alta de 0,3 ponto, a 102,9.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada cedeu 1,6 ponto porcentual, para 76,7%, menor nível desde agosto de 2020 (75,3%).
O levantamento contou com informações de 1.085 empresas entre os dias 1º e 27 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 27 de maio.
Por Guilherme Bianchini
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