Após tombar 15% na madrugada de domingo (18) e devolver lucros de sucessivos recordes, o Bitcoin tem um dia de recuperação parcial nesta segunda-feira (19). Investidores também repercutem a fala do vice-presidente do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) Li Bo, que hoje chamou o ativo de “alternativa de investimento”, em uma mudança de tom por parte da segunda maior economia do mundo. Às 7h25 de Brasília, o bitcoin subia 0,22%, a US$ 56.491,00. Há apenas cinco dias, a criptomoeda havia batido a marca histórica de US$ 64 mil.
Não há consenso no mercado sobre o motivo da queda tão acentuada do bitcoin no fim de semana. Para alguns, trata-se de uma realização de lucros repentina, depois da divisa digital renovar vários recordes na esteira da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Coinbase, corretora americana de criptomoedas que desde quarta-feira passada é negociada na Bolsa de Nova York (Nyse).
Para Michael Novogratz, CEO da Galaxy Investment Partners, uma das principais investidoras de criptomoedas do mundo, o tombo do bitcoin era “inevitável”. “Olhando para trás, era inevitável. Os mercados ficaram muito entusiasmados com a listagem da Coinbase”, afirmou, em um tuíte no domingo. No curto prazo, precisaremos reconstruir uma base. O dano não se cura da noite para o dia. Boa sorte”, acrescentou.
Alguns analistas, contudo, atribuem o tombo a uma notícia da Bloomberg, publicada no domingo, informando que o Tesouro americano prepara novas medidas para coibir lavagem de dinheiro por meio de ativos digitais. “Aparentemente, os agentes do mercado temeram repressões dos Estados Unidos”, diz o Danske Bank, em relatório enviado a clientes, sobre o que chamou de “oscilações violentas nas criptomoedas” durante o final de semana.
No noticiário do setor, ainda repercute uma fala de Li Bo, do PBoC, durante um painel organizado pela CNBC. “Consideramos bitcoin e stablecoin como ativos criptográficos … Essas são alternativas de investimento”, afirmou o dirigente. A declaração é interpretada como uma mudança de tom sobre o assunto por parte da China, que desde 2017 impõe restrições às negociações de criptomoedas, alegando riscos à estabilidade financeira.
Por Eduardo Gayer
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