Na mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), os dirigentes comentaram a recente escalada dos juros dos Treasuries, particularmente na ponta longa, de acordo com ata referente ao encontro, divulgada nesta quarta-feira, 7. Segundo o documento, o movimento reflete a melhora do cenário econômico, aceleração da inflação e expectativas por maior emissão de títulos pelo Departamento do Tesouro.
O relatório indica que os participantes alertaram para a possibilidade de que o alto nível de acomodação financeira leve a uma busca excessiva por riscos.
“As condições desordenadas nos mercados de Treasuries ou um aumento persistente nos rendimentos que poderiam prejudicar o progresso em direção aos objetivos do Comitê (Federal de Mercado Aberto) foram vistos como motivo de preocupação”, ressalta o texto.
Para dirigentes, o aumento nos rendimentos também é atribuído às perspectivas de política fiscal mais expansionista, além de fatores técnicos que teriam levado a expectativas por juros maiores.
A avaliação é de que os mercados de renda fixa funcionaram bem nos últimos meses, embora algumas métricas de liquidez tenham se deteriorado no final de fevereiro. “As condições melhoraram gradualmente, embora algumas medidas de liquidez do mercado não tenham retornado totalmente aos níveis anteriores”, ressalta.
Compra de ativos
Dirigentes do Federal Reserve avaliaram também que as expectativas para trajetória de compras de ativos para conter os efeitos da pandemia pouco mudaram, de acordo com a ata do encontro. “As políticas de juros e compras e ativos estão servindo bem à economia”, diz um trecho do documento.
A avaliação entre os dirigentes é de que a aquisição de títulos da dívida americana e bônus atrelados à hipotecas, como parte do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), ajudam a promover o bom funcionamento do mercado e condições financeiras acomodatícias.
Eles ressaltaram que qualquer mudança no QE será comunicada “com bastante antecedência”.
De acordo com a ata, há necessidade de um progresso maior em relação às metas de emprego e inflação para que o ritmo de aquisição de títulos sofra alterações.
Por André Marinho, Gabriel Caldeira e Iander Porcella
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