Enquanto vários países europeus suspendem a distribuição da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca, em meio a relatos de possíveis casos de coágulos sanguíneos após a imunização, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira, 15, que monitora a situação, mas que, no momento, ainda recomenda o uso do produto.
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Diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que o comitê de assessores de segurança está investigando os dados relativos ao profilático. Para ele, o maior problema na atualidade segue sendo a falta de acesso a vacinas. Tedros saudou o compromisso do grupo Quad, formado por Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia, de fornecer 1 bilhão de doses a países da região do pacífico. “Nenhum país poderá se livrar da pandemia sozinho. Precisamos agir juntos”, disse.
Vice-diretora da Organização, Mariângela Simão reiterou que peritos vão se reunir amanhã para tratar da vacina da AstraZeneca e explicou que aguarda eventuais novas notificações de coágulos após a vacinação, mas que os dados preliminares indicam que essa conexão não existe. Segundo ela, a OMS trabalha diretamente com Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) na avaliação do quadro. “No momento, benefícios de vacinas se sobrepõem aos riscos”, reforçou.
A cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan, também salientou que o uso do imunizante deve continuar e lembrou que nenhuma vacina poderá ter 100 % de segurança. A epidemiologista Katherine O’Brien, por sua vez, afirmou que não há indícios de que o produto não funcione contra as variantes do vírus. Já Maria van Kerkhove, que é responsável pela resposta à doença, destacou que, na última semana, houve aumento de 11% no número de casos.
Consultor sênior da OMS, Bruce Aylward expressou preocupação que, à medida que o ritmo de imunização avança, alguns países tenham dificuldades em conseguir profissionais suficientes para a aplicação da vacina. Ele também disse que alguns governos estão fazendo exigências indevidas a laboratórios que devem fornecer ao programa Covax.
Por André Marinho
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