A Wine, e-commerce de vinhos que suspendeu há quatro meses o processo para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), entrou com pedido de registro para operar como companhia aberta e se prepara para emitir debêntures no valor de R$ 120 milhões, operação que está avançada e deve ser lançada formalmente nas próximas semanas. O projeto de IPO, contudo, não foi descartado e a empresa espera retomá-lo ainda este ano, a depender da conjuntura.
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Segundo o CEO da Wine, Marcelo D’Arienzo, a companhia decidiu suspender o IPO em novembro do passado porque entendeu que o cenário não era favorável, tendo como principal fonte de instabilidade a eleição presidencial dos Estados Unidos, que se desenrolava naquele momento e alimentava incertezas.
“Por enquanto, vamos usar outros recursos do mercado de capitais para financiar nosso plano de expansão, como dívidas estruturadas ou por meio da instrução 476 (uma espécie de IPO reservado, por um período de duas a três semanas), sem que a gente precise ir ao varejo”, disse o executivo ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
De acordo com ele, a emissão de R$ 120 milhões será uma espécie de transição entre o momento que a empresa vive e a abertura de capital. “Queremos voltar ao plano (de IPO) ainda este ano”, disse o executivo.
D’Arienzo ponderou, porém, que espera fazer o IPO em um momento no qual a conjuntura esteja favorável e ressaltou que o episódio envolvendo a anulação dos processos que condenaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, acabou assustando empresas que estavam ou estão se preparando para abrir capital. “Quando se faz um IPO, é uma vez só, então a companhia quer ser precificada de maneira justa e correta, e para isso é necessário estabilidade”, disse.
Por André Ítalo Rocha
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