A XP anunciou nesta quarta-feira o lançamento do cartão de crédito XP Visa Infinite, com o qual espera dar mais um passo em sua missão histórica de retirar os clientes dos grandes bancos. A aposta é de que, com o cartão, os clientes XP terão um ecossistema no qual se sintam confortáveis para trazer o restante do dinheiro que têm em outros bancos para a XP. O cartão faz ainda parte da estratégia da XP de “destruição” de receitas dos grandes bancos, em virtude de custos aos clientes e que a XP entende serem excessivas. No meio do ano, a XP lança seu banco digital e até o fim de 2021, o cartão de débito.
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“A estratégia é oferecer ao cliente uma experiência vertical e aumentar o NPS (net promotion score) com ele”, diz o fundador e CEO da XP, Guilherme Benchimol. “Estamos completando nosso ecossistema, focado em investimento e levando alternativas inteligentes, com tarifas mais baixas”, acrescentou durante conversa com a imprensa.
O cartão ainda não está disponível a todos os clientes, e nessa largada somente têm acesso aqueles com R$ 50 mil investidos na casa. De acordo com Benchimol, a proposta é que ele esteja disponível a todos os mais de 3 mil clientes da XP até o final do ano. De toda a forma, o fundador da XP destaca que, considerando que o tíquete médio dos investidores da XP está na em torno de R$ 250 mil, o cartão já abrange um grande número dos clientes atendidos pela casa.
O head de produtos digitais da XP, Bruno Guarnieri, lembrou não ser por acaso que o mote da campanha publicitária do XP Visa Infinite é “você precisa só do cartão”. “Queremos que nossos 3 milhões de clientes troquem seu cartão de crédito pelo cartão da XP, porque é melhor, com mais benefícios, e com isso atrair o cliente para que traga o saldo restante que está em outros bancos para investir com a gente”, disse.
O cartão tem um sistema de Investback, dando retorno de 1% em todas as compras e entre 2% e 10% para compras dentro do marketplace. O valor acumulado vai diretamente para o Fundo Investback, podendo ser reinvestido de acordo com o perfil de cada um ou mesmo ser resgatado. Em breve, estarão disponíveis outros fundos para que os recursos sejam direcionados diretamente. No entanto, o cliente é livre para sacar e investir os recursos em outras opções de investimento na própria XP ou onde desejar.
A taxa de juro está, de acordo com Guarnieri, cerca de 50% abaixo do praticado pelo mercado, de entre 12% a 14% no rotativo. “Estamos falando de uma taxa em torno de 5,9% no rotativo e de 3,9% para o crédito parcelado”, explicou.
Ainda em 2021, estão previstos os lançamentos da conta digital e cartão de débito. Benchimol rebateu a possibilidade de a XP se aproximar de um banco tradicional. “O gerente pratica um terrorismo do banco para que o cliente deixe seus recursos na instituição, dizendo que perderá benefícios ou retorno de investimento. Queremos dar autonomia para ao cliente investir como quiser e mostrar que, se quiser, pode ter todos os benefícios e serviços com preços infinitamente menores”, disse.
Benchimol reiterou que a XP tem um vasto público para alcançar no sistema bancário e que pretende “destruir” o montante previsto para este ano de mais de R$ 800 bilhões de receitas do sistema, como fruto da elevada concentração bancária. “Só estamos começando. Tivemos no ano passado algo como 1,2% das receitas do sistema e entendemos que têm de ser destruídas, porque é a concentração que faz o cliente ter despesas que não existem em nenhum lugar no mundo”, disse.
Por Cynthia Decloedt
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