O ressegurador IRB Brasil Re (IRBR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 620,2 milhões no quarto trimestre de 2020, ante lucro de R$ 654,4 milhões no mesmo período em 2019, concluindo um ano “completamente atípico” da companhia, nas palavras de sua administração.
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“Em meio a um ano que vai ser lembrado globalmente pelos efeitos da pandemia da Covid-19, enfrentamos o desafio de superar uma crise de credibilidade motivada por irregularidades identificadas pela divulgação de informações inverídicas sobre a base acionária da companhia em março de 2020, pela instauração da Fiscalização Especial da Susep, em maio, devido à insuficiência de Ativos Garantidores das Provisões Técnicas do IRB, naquele momento da ordem de R$ 1 bilhão, e em junho pelo refazimento das demonstrações financeiras de 2019/18 que trouxeram à luz a real situação econômico-financeira da empresa”, informa o IRB na divulgação dos números do fim do ano passado.
Em todo o ano de 2020, o IRB apurou um prejuízo líquido de R$ 1,521 bilhão, ante um lucro líquido de R$ 1,210 bilhão em 2019. Os números refletem o aumento do volume de sinistros, com efeito da alta do dólar frente ao real que amplificou o custo de sinistros no exterior, além do impacto da redução do juro básico no resultado financeiro.
Sinistros
O índice de sinistralidade (relação entre as despesas com utilização dos serviços e as receitas recebidas de prêmio do contrato) da companhia cresceu 35,9 pontos percentuais em 2020 na base anual, saindo de 66,4% para 102,3%.
“O aumento no sinistro retido no ano de 2020 pode ser explicado pelos seguintes fatores (i) contratos subscritos em anos anteriores que visavam apenas ao crescimento, sem foco nas margens; (ii) contratos que, em razão do cenário pandêmico, apresentaram maior celeridade no processo de atualização de reservas para alguns sinistros vultosos; (iii) ajustes cambiais dos sinistros em moeda estrangeira em decorrência do cenário de desvalorização do real frente ao dólar”, relata o IRB Brasil.
A companhia fechou dezembro de 2020 com um superávit para cobertura de provisões técnicas de R$ 542,6 milhões, ante um déficit (ou insuficiência) de R$ 1,1 bilhão em dezembro de 2019.
Enquadramento regulatório
O grupo ressegurador atingiu o enquadramento regulatório referente aos índices de liquidez e cobertura de provisões técnicas.
“De julho a dezembro, a administração logrou gerar caixa/ativos adicionais e/ou redução de passivos, ambos relativos às provisões citadas de R$ 4,8 bilhões de novos recursos”, afirma a companhia, em informe do balanço do quarto trimestre do ano passado.
O desenquadramento regulatório foi oficializado pela Susep em maio de 2020 em razão da “insuficiência na composição dos ativos garantidores de provisões técnicas e consequentemente da liquidez regulatória”.
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