A inflação deu um alívio em janeiro para todas as classes de renda pesquisadas,com maior impacto para as famílias de menor renda, informou o Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea). A deflação de 5,6% das tarifas de energia elétrica anulou as altas de aluguel (0,55%) e do gás de botijão (3,19%), e fez a inflação desse segmento cair de 1,58% em dezembro de 2020 para 0,21% no mês passado.
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Nos últimos 12 meses, porém, a inflação que atinge as famílias de renda mais baixa acumula alta de 6,20%. Já as famílias com renda mais alta registram alta de 2,86%, no mesmo período.
“Em janeiro, embora a pressão no preço dos alimentos ainda tenha sido registrada, esse impacto foi menor do que em dezembro. Onze dos 16 itens que compõem o subgrupo de alimentação apresentaram desaceleração da inflação”, disse o Ipea em nota.
Outros destaques que influenciaram a queda da inflação para famílias de baixa renda foram arroz (recuo de 3,84% para 0,24%), carnes (3,58% para -0,08%), frango (2,75% para -0,07%), leite (157% para -1,35%) e óleo de soja (4,99% para -1,08%).
Já a inflação para as famílias de renda mais alta caiu em janeiro para 0,29%, depois de registrar 1,05% em dezembro do ano passado. A classe não foi beneficiada pela queda de tarifas de energia elétrica, que tem menor peso do que para as famílias de baixa renda, mas foi impactada pela alta no preço da gasolina (2,17%), cuja pressão sobre o grupo transportes só não foi maior devido às deflações das passagens aéreas (-19,9%) e dos transportes por aplicativo (-12,1%).
“Além dos combustíveis, os reajustes de 0,66% dos planos de saúde e de uma série de serviços pessoais, como costureira (1,32%), depilação (1,28%) e cartório (7,82%), ajudam a compor esse quadro de desaceleração inflacionária menos intensa para as famílias mais ricas”. explicou o Ipea.
O cálculo é do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. A partir dos dados do IPCA, o indicador oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pesquisadores do Ipea estimam a variação de preços para diferentes cestas de consumo, conforme a renda das famílias.
A faixa mais baixa vai até R$ 1.650,50 por mês de renda domiciliar. A mais alta se refere a famílias com renda domiciliar acima de R$ 16.509,66 por mês.
Por Denise Luna
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