A equipe de análise da XP Investimentos rebaixou a recomendação para as ações da Petrobras (PETR4, PETR3), de “compra” para “neutro”, e reduziu as projeções de preço-alvo, citando riscos sobre a política de preços de combustíveis.
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Conforme relatório publicado nesta segunda-feira (8), os preços-alvo para 12 meses das ações preferenciais e ordinárias da estatal petrolífera foram reduzidos para R$ 32, ante R$ 35 estimados anteriormente.
“Nossa mudança de recomendação reflete, essencialmente, a nossa visão de que existem riscos cada vez mais elevados de que a política de preços de combustíveis da Petrobras não obedeça a referências internacionais de preços de combustíveis, além de uma margem adicional para custos de importação”, diz relatório assinado pelos analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado.
Paridade
Para os analistas, por mais que o presidente Jair Bolsonaro, ministros e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, tenham reiterado a independência da política de preços, defendendo medidas tributárias para conter os impactos da alta dos combustíveis, a defasagem entre os preços aplicados aqui e as referências internacionais continua aumentando.
Ou seja, o buraco é mais embaixo: já seriam necessários reajustes adicionais dos combustíveis, na visão dos analistas, para cumprir com a paridade de importação e isso poderia anular efeitos de redução de impostos, em um momento de insatisfação e ameaça de greve dos caminhoneiros.
Nos cálculos da equipe da XP, a Petrobras já deveria ter aplicado reajuste de 20% para o diesel e de 12% para a gasolina. “O ambiente atual de incerteza para a política de preços da Petrobras implica em uma grande mudança na tese de investimento da companhia: as ações da Petrobras não deverão acompanhar inteiramente as cotações dos preços de petróleo enquanto tais variações não forem repassadas aos preços de combustíveis”, afirma a corretora.
Comunicado
Para completar, os analistas da XP também apontam para o comunicado da Petrobras divulgado na sexta-feira (5), informando – pela primeira vez – que, no primeiro semestre de 2020, a Petrobras teria estendido para 1 ano (ao invés de 3 meses anteriormente) o prazo para o cálculo do prêmio para os níveis de paridade para os combustíveis.
Em comunicado enviado ao mercado no domingo (7), a estatal petrolífera diz que o alinhamento dos preços internacionais não mudou, ao contrário do que fora informado “equivocadamente pela imprensa”.
“A simples modificação do período da aferição da aderência entre o preço realizado e o preço internacional, promovida há 8 meses, não se constitui em rompimento com nosso inarredável compromisso com o alinhamento de nossos preços no Brasil aos preços internacionais e a consequente geração de valor para os acionistas”, afirma a Petrobras.
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